Estrutura misteriosa é encontrada no subsolo perto das pirâmides de Gizé no Egito

Os arqueólogos encontraram uma estrutura enigmática em formato de "L" no subsolo próximo das Pirâmides de Gizé, no Egito. Veja aqui mais informações.

Pirâmides de Gizé, no Egito
As Pirâmides de Gizé, no Egito. Ao centro, a Pirâmide de Quéops, a maior delas. Crédito: Ricardo Liberato/Flickr.

As Pirâmides de Gizé, no Egito, são um marco na história da civilização humana. São três as pirâmides do Complexo: a Pirâmide de Quéops (também conhecida como a Grande Pirâmide), a Pirâmide de Quéfren e a Pirâmide de Menkaure.

Localizadas na periferia da capital Cairo, elas foram construídas por três faraós no Antigo Egito, há cerca de 4.500 anos. Consideradas uma obra arquitetônica, as pirâmides são uma das Sete Maravilhas do Mundo e a única Maravilha do mundo antigo ainda em pé.

A pirâmide de Quéops é a mais antiga e também a mais alta das três. Construída pelo faraó Quéops por volta de 2560 a.C., ela foi o edifício mais alto de todo o mundo por mais de 3800 anos.

As pirâmides fazem parte de um complexo funerário chamado Necrópole de Gizé, um tipo de cemitério que conta com muitas tumbas e locais de sepultamento, além do local de descanso dos três faraós que as construíram.

E a novidade vem daí: arqueólogos descobriram uma estrutura misteriosa em formato de “L” no subsolo do cemitério ocidental de Gizé, o que os deixou muito intrigados. O relato disso está em um artigo publicado na revista Archaeological Prospection.

A descoberta misteriosa

Os arqueólogos conseguiram identificar a tal estrutura misteriosa através de técnicas de sensoriamento remoto. Trata-se da técnica chamada 'tomografia de resistividade elétrica' (ERT, em inglês), em que correntes elétricas são enviadas ao solo e a resistência é medida para detectar restos mortais, e do 'radar de penetração no solo' (GPR, em inglês), uma técnica que envia o radar para o solo e, depois de retornar, ele mapeia as estruturas subjacentes.

Dessa forma, eles encontraram uma anomalia a cerca de 2 metros abaixo da superfície do solo, na área central do cemitério. A estrutura tem forma de “L” no plano horizontal, mede 10 metros de comprimento por 10 metros de largura e “parece ter sido preenchida com areia, o que significa que foi preenchida depois de construída”, diz o estudo.

Localização da área de pesquisa projetada no Google Maps
Localização da área de pesquisa projetada no Google Maps. O retângulo vermelho mostra a área do levantamento inicial. A figura colorida mostra o perfil horizontal do radar de penetração no solo (GPR). A vista é para o norte. Fonte: Sato, et al. (2024).

Além disso, essa estrutura estava ligada a uma estrutura mais profunda, de mesmo tamanho, localizada a uma profundidade de cerca de 5–10 metros abaixo da superfície. Essa parece ser uma mistura de areia e cascalho, ou vazios de ar; contudo, as técnicas aplicadas não conseguiram identificar as propriedades dessa anomalia.

Os pesquisadores especulam que a estrutura em formato de “L”, a mais superficial, pode ter sido construída intencionalmente para bloquear a entrada dessa outra “câmara” abaixo dela.

Motoyuki Sato, professor da Universidade de Tohoku, no Japão, e autor principal do artigo, disse estar confiante de que a estrutura não é um fenômeno natural, pois “o formato é muito acentuado, nítido”.

Fotos da pesquisa de sensoriamento remoto realizada no cemitério ocidental de Gizé, no Egito. Fonte: Sato, et al. (2024).

Agora, os arqueólogos seguem escavando o local para descobrir o que realmente é essa estrutura misteriosa. Mas uma das possibilidades é que o objeto seja uma capela de oferendas. Segundo Sato, existem capelas de oferendas em forma de “L” em Gizé, mas geralmente elas ficam acima do solo. “Ainda não tenho certeza do que esta anomalia representa, mas certamente merece uma exploração mais aprofundada”, acrescentou ele.

Esse trabalho foi realizado entre os anos de 2021 e 2023, mas os resultados só foram publicados recentemente, dia 5 de maio.

Referência da notícia:

Sato, M. et al. GPR and ERT Exploration in the Western Cemetery in Giza, Egypt. Archaeological Prospection, 2024.