12 novas espécies de insetos foram descobertas recentemente na Ilha da Beleza
Como parte de um programa de exploração na Ilha da Beleza, os cientistas descobriram 12 novas espécies, principalmente insetos e artrópodes.
Falcão-do-pinheiro da Córsega, Thymalus Punicus, Tachidromia corsicana... Esses são os nomes científicos destas novas espécies descobertas na Córsega (França). Chamada de “O Planeta Revisitado”, a campanha para explorar a biodiversidade terrestre e marítima foi realizada por 43 cientistas acadêmicos e naturalistas.
Graças ao trabalho de coleta realizado de 2019 a 2021 em 19 locais da Ilha da Beleza, foram identificadas 3.900 espécies de insetos e outros artrópodes. Este projeto liderado pelo Museu Nacional de História Natural (MNHN), pela Coletividade da Córsega e pela Agência Francesa de Biodiversidade permitiu detectar 12 novas espécies nunca antes registadas pelos cientistas.
“Não pensávamos necessariamente que iríamos encontrar muitas espécies novas na Córsega, porque esta é considerada uma área bastante conhecida”, explica Julien Touroult, diretor do centro de conhecimento e dados sobre o património natural “PatriNat” que é responsável por o inventário nacional do património natural e coordena a componente terrestre do programa de exploração científica.
“Ficamos surpreendidos por finalmente encontrarmos novas espécies, que se assemelhavam como duas gotas de água a espécies já conhecidas no continente, e a grupos tão esquecidos que, de fato, não tinham sido suficientemente estudados na Córsega”, continua. Assim como a Esfinge do Pinheiro Negro, a única nova borboleta grande registrada, cuja aparência é muito semelhante à de suas primas da França continental.
“Algumas destas espécies não são muito raras, simplesmente não foram estudadas. Encontram-se em toda a Córsega”, relata o diretor do Patronato e entomologista. No total: foram inventariadas 8 moscas, 2 vespas, uma borboleta e uma centopeia.
Os pesquisadores descobriram essas novas espécies entre as montanhas e pântanos da costa da Ilha da Beleza. Os cientistas montaram “armadilhas de interceptação que capturam todos os insetos”, revela Julien Touroult antes de continuar: “Coletamos várias dezenas de milhares de insetos. Pode parecer enorme, mas é uma fração muito pequena”.
Este programa de exploração científica de “grande escala” foi realizado na Córsega porque “a ilha é o lar de espécies específicas, mas tem sido menos estudada do que o continente europeu”. Os pesquisadores coletaram mais de 31.000 dados observacionais durante o programa. E pela primeira vez foram registadas na ilha 148 espécies de insetos “já conhecidos em outros locais”.
Os dados recolhidos “permitirão um melhor conhecimento dos invertebrados para orientar a gestão dos ambientes naturais”, afirma o Museu Nacional de História Natural.