17 de junho: Dia Mundial do Combate à Seca e Desertificação

No dia 17 de junho é celebrado o Dia Mundial de Combate à Seca e à Desertificação, uma data para promover a conscientização pública a respeito dos esforços internacionais para combater o processo de desertificação e os efeitos da seca.

Dia Mundial de Combate à Seca e à Desertificação
Hoje, dia 17 de junho, é celebrado o Dia Mundial do Combate à Seca e à Desertificação.

O Dia Mundial de Combate à Seca e à Desertificação é celebrado mundialmente hoje, 17 de junho. Esse dia é celebrado anualmente desde 1995, ano em que a Organização das Nações Unidas (ONU) proclamou essa data.

A cada ano essa celebração da ênfase a um tema relacionado ao assunto, o desse ano é “Comida. Alimentação. Fibra.” que visa alertar as pessoas sobre seus atuais hábitos, procurando educá-las sobre como reduzir seus impactos pessoais. De acordo com a ONU, para termos terras o suficiente para atender toda as demandas de 10 bilhões de pessoas até 2050, nosso estilo de vida precisa mudar!

À medida que a população mundial se torna maior, com maior poder aquisitivo e mais urbana, há uma demanda maior por terras para produzir alimentos, rações animais e fibras para confecção de roupas. Enquanto isso, devido a essa alta demanda, a saúde e a produtividade das terras aráveis estão em declínio, sendo ainda mais agravadas pelos efeitos das mudanças climáticas.

A produção de alimentos, rações e fibras também devem competir com a expansão das cidades e indústrias. O resultado final é que a terra está sendo modificada e degradada de forma acelerada e insustentável, prejudicando a produção de insumos e também todo o ecossistema e biodiversidade terrestre.

Atualmente, mais de 2 bilhões de hectares de terras que eram produtivas estão degradadas. Mais de 70% dos ecossistemas naturais foram alterados, e até 2050 essa taxa poderá chegar a 90%. Até 2030 a produção de alimentos exigirá 300 milhões de hectares adicionais de terras e a indústria da moda deverá usar 35% mais terras, mais de 115 milhões de hectares.

Se continuarmos produzindo e consumindo como de costume, vamos consumir a capacidade do planeta de sustentar a vida até não sobrar nada além de restos

Além de degradar a terra, a produção desses insumos também contribui diretamente com as mudanças climáticas. Cerca de um quarto (25%) das emissões de gases de efeito estufa provêm da agricultura, silvicultura e outros usos da terra. A produção de roupas e calçados é responsável por 8% das emissões globais, número que poderá aumentar 50% até 2030.

De acordo com o Secretário Executivo da Convenção da ONU para Combate à Desertificação, Ibrahim Thiaw, “Se continuarmos produzindo e consumindo como de costume, vamos consumir a capacidade do planeta de sustentar a vida até não sobrar nada além de restos. Todos nós precisamos melhorar nossas escolhas sobre o que comemos e o que vestimos para ajudar a proteger e recuperar a terra”.

Mudanças efetivas no comportamento dos produtores e consumidores, além da adoção de um planejamento mais eficiente do uso da terra e práticas sustentáveis poderiam garantir terra o suficiente para as demandas da humanidade no futuro.

Algumas mudanças na dieta e no comportamento, como, por exemplo, cortar o desperdício de alimentos, comprar de produtores e mercados locais, trocar as roupas ao invés de sempre comprar novas, poderiam aliviar o uso e degradação de terras, além de reduzir as emissões de carbono. Somente a mudança na dieta poderia liberar entre 80 a 240 milhões de hectares de terra.

Nesse ano as autoridades também chamam a atenção para a relação da degradação da terra e a disseminação de doenças zoonóticas (que são passadas de animais para humanos), como a COVID-19. As atividades humanas, que visam suprir as necessidades e consumo insustentável e ilimitado da humanidade, está corroendo espaços selvagens e florestas, aproximando os humanos de novos vírus que antes ficavam confinados na natureza.