2020 empata com 2016 como ano mais quente da história
A agência europeia Copernicus informou que, a partir de seus dados analisados, o ano de 2020 se igualou ao ano de 2016 como o ano mais quente da história dos registros! 2020 ficou 1.25°C mais quente que os níveis pré-industriais!
Na última sexta-feira (08) o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S, na sigla em inglês) da União Europeia informou, através de um comunicado de imprensa, que o ano de 2020 empatou com o ano de 2016 como ano mais quente da história! Com isso, o ano de 2020 tornou-se o sexto ano consecutivo a ser excepcionalmente quente, o que contribuiu para que a década de 2011-2020 se consagrasse como a mais quente dos registros!
Globalmente, o ano de 2020 foi 0.6°C mais quente que a média do período de 1981 a 2010 e cerca de 1.25 °C mais quente que a média do período pré-industrial, entre 1850 e 1900. Esse calor recorde esteve associado a ocorrência de extremos climáticos sem precedentes pelo mundo: grandes incêndios florestais, ondas de calor mortais, secas, tempestades severas.
O calor excepcional de 2020 ocorreu apesar do desenvolvimento, na segunda metade do ano, da fase negativa do fenômeno El Niño Oscilação Sul (ENOS), a La Niña. Cenário oposto aquele de 2016, cujo recorde de temperatura havia sido impulsionado por um evento intenso da fase positiva do ENOS, o El Niño. Geralmente espera-se que anos de El Niño registrem temperaturas globais mais altas enquanto que em anos de La Niña as temperaturas tendem a ficar mais amenas, porém, 2020 nos mostrou uma nova realidade!
Algumas regiões do planeta registraram um aquecimento mais acentuado que a média global. Para o continente europeu, 2020 foi o ano mais quente da história, 1.6°C acima da média do período de 1981 a 2010, 0.4°C mais quente que 2019, que era o ano mais quente até então. No estado norte americano da Califórnia, o planeta registrou sua maior temperatura já registrada, de 54.4°C!
Em partes da Sibéria e do Ártico as temperaturas médias anuais ficaram 3 a 6 °C acima do normal em 2020! Em alguns meses essas anomalias atingiram 8°C! Durante uma onda de calor extrema em junho, o termômetro chegou a marcar 38°C na cidade siberiana de Verkhoyansk, a maior temperatura a ser registrada no Ártico desde o início dos registros em 1885.
Juntamente com o Serviço de Monitoramento Atmosférico Copernicus (CAMS, sigla em inglês), o C3S também informou em seu comunicado que as concentrações de gás carbônico (dióxido de carbônico ou CO2) na atmosfera continuaram a aumentar numa taxa de 2,3 partes por milhão (ppm) por ano em 2020, atingindo uma concentração máxima de 413 ppm no mês de maio de 2020.
A agência europeia divulgou seus números antes da agência norte americana NASA, que divulgará seus resultados nessa semana, e da Organização Meteorológica Mundial (OMM), que divulgará suas análises em março. Provavelmente os resultados que serão divulgados não deverão diferir muito, classificando o ano de 2020 como o primeiro ou segundo ano mais quente da história. No mês passado a OMM já havia comunicado que 2020 provavelmente ficaria entre os 3 anos mais quentes da história.