2023 já é considerado o ano mais quente da história!
Mais quente que ontem e mais frio do que amanhã! Copernicus considera 2023 o ano mais quente da história! Ondas de calor, rios abaixo do nível e escassez de chuva, contribuem para esse fato histórico.
O ano de 2023 já está a caminho de ser o ano mais quente já registrado! E o mês de setembro bateu recordes de anomalias de temperaturas em todo o mundo, de acordo com o relatório climático mensal divulgado pelo Copernicus.
Rios abaixo do nível normal, temperaturas batendo 40°C e botos mortos durante a seca, são algumas das consequências do calor extremo e escassez de chuva em algumas regiões do Brasil. Além disso, Reino Unidos, Espanha, China, Portugal e Tailândia, são apenas alguns dos países onde foram batidos recode de temperatura este ano.
Extremamente quente em todo o mundo
Vários recordes foram quebrados de “forma extraordinária” em setembro devido às altas temperaturas nunca antes vistas para essa época do ano, afirmou Samantha Burgess, vice-diretora do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus.
Além disso, o verão de 2023 assistiu a ondas de calor marinhas em várias áreas da Europa, incluindo na Irlanda e no Reino Unido no mês de junho, e em todo Mediterrâneo em julho e agosto. Agora, espera-se que 2023 termine o ano como o mais quente já registrado a nível mundial, atingindo cerca de 1,4°C acima dos níveis pré-industriais.
Vale lembrar que, no dia 6 de julho a temperatura média global atingiu 17,2°C e foi considerado o dia mais quente do planeta. E isto ocorreu depois de três dias de quebra de recordes de temperatura. Ou seja, mês após mês foram registrados extremos de temperatura em várias partes do mundo.
A onda de calor também atingiu o Ártico
Também em setembro, o gelo marinho do Ártico atingiu sua extensão mínima anual, tornando-se o 6° ano mais baixo no registro da imagem de satélite. No dia 19 de setembro de 2023, o gelo marinho do Ártico atingiu sua extensão mínima anual, e no dia 10 de setembro o gelo da Antártica atingiu a sua extensão máxima mais baixa.
Entre março e setembro de 2023, a cobertura de gelo no Ártico diminuiu uma área de pico de 14,6 milhões de km² para 4,2 milhões de km², isso é cerca de 1,9 milhão de km² abaixo da média mínima de 6,2 milhões de km² entre 1981 e 2010. A quantidade de gelo marinho perdido foi suficiente para cobrir todo o território continental dos EUA.
E na Antártica, foi registrada a extensão máxima mais baixa no inverno, em 1 de setembro, com 16,9 milhões de km², representando 1,03 milhão de km² abaixo do recorde anterior alcançado em 1986. Essa diferença equivale aproximadamente ao tamanho do Texas e Califórnia juntos.
À medida que o Ártico aquece cerca de quatro vezes mais rápido do que o resto do planeta, o gelo também está ficando mais fino, ou seja, a espessura no final de estação de crescimento determina a capacidade de sobrevivência do gelo marinho.
O que está causando esse calor escaldante?
As alterações climáticas desempenham um papel importante, levando a Organização Meteorológica Mundial (OMM) a afirmar, pela primeira vez, que é mais provável que as temperaturas globais se desloquem mais de 1,5°C acima da média nos próximos cinco anos.
Segundo a previsão da NOAA, o El Niño deverá permanecer pelo menos até janeiro-março de 2024, e atingirá seu pico como um forte El Niño neste verão no Hemisfério Sul. Com isso, a combinação das mudanças climáticas e da presença do El Niño no Oceano Pacifico deverá levar as temperaturas globais a um novo recorde nos próximos cinco anos, mas com grandes chances de ocorrer ainda neste ano ou em 2024.
Até o momento, o ano mais quente já registrado no mundo foi 2016, quando houve um forte El Niño, mas agora, as temperaturas tendem a ultrapassar a normal climatológica na maior parte do país. Outro efeito do El Niño é o aumento de chuvas na região Sul, assim como ocorrido no mês passado, em que as chuvas no Rio Grande do Sul chegaram a aproximadamente 450 mm entre 1 e 19 de setembro, quando a média histórica do estado varia de 70 mm a 150 mm.