31 de outubro, Dia Mundial das Cidades: “Cidade melhor, vida melhor”

As cidades concentram 55% da população global e até 2050 abrigarão 70% desta. Elas concentram os riscos e são a causa e a solução das mudanças climáticas.

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A má gestão urbana acentua as desigualdades e gera riscos evitáveis. As cidades devem ser pensadas para serem habitadas, para criarem oportunidades e facilitarem a ligação e a interação, melhorando a qualidade de vida de quem nelas vive, garantindo o desenvolvimento sustentável da comunidade.

Até 2009, mais pessoas em todo o planeta viviam no campo do que na cidade. Hoje, cerca de 55% da população mundial vive em vilas e cidades, e a tendência é crescente, uma vez que se espera que até 2050 o nível de urbanização seja de quase 70%.

Atualmente, a América Latina é uma das regiões mais urbanizadas do planeta, já que quase 81% da população vive em cidades, e estima-se que até 2050, 89% da população da América Latina e do Caribe viverá em áreas urbanas . Outro dado a destacar é que a América Latina e o Caribe são a região com maior proporção da população concentrada em megacidades: em 2018, 14,2% residiam em seis cidades com 10 milhões de habitantes ou mais.

A Argentina é um dos países mais urbanizados do planeta, com 92% de sua população vivendo em cidades.

As cidades cobrem apenas 2% da superfície da Terra, mas são responsáveis por cerca de 70% das emissões globais de carbono e consomem 78% da energia mundial. Embora a urbanização ofereça a possibilidade de novas formas de inclusão social, como maior igualdade, acesso a serviços e novas oportunidades, também aumenta os riscos e pode aumentar a desigualdade e a exclusão em detrimento do desenvolvimento sustentável que serve a todos.

A importância das cidades

O ONU-Habitat é o Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos, uma agência especializada das Nações Unidas que visa promover cidades e vilas social e ecologicamente sustentáveis. Em 2014, lançou uma iniciativa denominada 'Outubro Urbano', para destacar os desafios urbanos globais, e é por esta razão que a Assembleia Geral das Nações Unidas implementou o dia 31 de outubro como o 'Dia Mundial das Cidades'.

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O Dia Mundial das Cidades foi instituído com o objetivo de promover o interesse pela urbanização e incentivar a cooperação entre os países para aproveitar as oportunidades e enfrentar os desafios colocados pelo urbanismo, bem como contribuir para o desenvolvimento urbano sustentável em todo o mundo.

O fato é que, apesar dos progressos na consecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, as cidades, especialmente no Hemisfério Sul, continuam lutando contra a pobreza, a desigualdade e a degradação ambiental, o que requer uma ação urgente.

Os especialistas destacam a importância de envolver os jovens na tomada de decisões no ambiente urbano para explorar a sua criatividade e promover o desenvolvimento sustentável. O 'Dia Mundial das Cidades 2024', cujo tema é “Juventude, agentes de mudança: catalisando a ação local para sustentabilidade urbana”, pretende mostrar o papel crucial dos governos locais e dos jovens na abordagem dos desafios climáticos urbanos, destacando ideias inovadoras propostas pelos jovens e explorando formas de transformá-las em ações concretas.

Mudanças demográficas

A população mundial deverá aumentar para quase 9,7 bilhões de pessoas em 2050, atingindo um pico de quase 11 bilhões no final do século, à medida que a taxa de fertilidade continua a diminuir.

Espera-se que a população mundial se torne cada vez mais urbana e que a população com 65 anos ou mais supere a população com menos de 5 anos de idade.

As estimativas indicam que entre agora e 2050, metade do crescimento da população mundial terá origem em apenas 9 países: Índia, Nigéria, Paquistão, República Democrática do Congo, Etiópia, Tanzânia, Indonésia, Egito e Estados Unidos (em ordem decrescente). A população da África Subsaariana deverá duplicar, enquanto a população da Europa poderá diminuir.

Migrantes Europa
O número de migrantes internacionais (pessoas que vivem fora do seu país de origem) em 2019 foi de cerca de 272 milhões, ou seja, quase 3,5% da população mundial. Em 2000, era de 2,8%.

E embora a percentagem de migrantes internacionais tenha permanecido em torno de 3% da população mundial total ao longo dos últimos 20 anos, desde 2000 o número aumentou em mais de metade e poderá continuar a aumentar, devido a conflitos internos, mudanças climáticas e degradação ambiental. A grande maioria dos fluxos de migrantes e refugiados dirige-se para países do Hemisfério Sul.

Oportunidades para todos

A vida nas cidades é uma espécie de terra de oportunidades para as pessoas, onde o progresso é favorecido pela concentração de atividades comerciais, culturais, científicas e de comunicação. Mas as cidades também colocam problemas de poluição, infraestruturas e recursos, ao mesmo tempo que aumentam as desigualdades e o risco de desastres, impondo obstáculos ao desenvolvimento sustentável, transformando-as em lugares caóticos, fragmentados e exclusivos. Hoje, as cidades estão longe de ser um lugar ideal, com o qual temos apenas uma relação de consumo. Tornaram-se um “não-lugar”, conceito proposto pelo antropólogo Marc Augé, onde os humanos permanecem anônimos em um espaço que nos é indiferente.

25 das megacidades do mundo produzem 52% das emissões de gases de efeito estufa. A maioria delas está na China.

Por todas estas razões, o 'Dia Mundial das Cidades' foi instituído para promover o desenvolvimento sustentável das cidades e incentivar a cooperação entre os países para planejar a urbanização. Uma melhor urbanização maximiza a capacidade das cidades para gerar empregos e riqueza e para promover a diversidade e a coesão social entre diferentes classes, culturas, etnias e religiões.

Metrocabo Medellin(Editado)Restaurar original
O Metrocable de Medellín (Colômbia) é uma solução inovadora de integração urbana, impulsionando uma das maiores transformações urbanas experimentadas na América Latina. Comunidades desfavorecidas, que antes viviam imersas na violência e na desordem, tornaram-se bairros renovados e com serviços.

As cidades devem ser concebidas para serem habitadas, para criarem oportunidades e facilitarem a ligação e a interação. Em suma, as cidades são criadas para que possamos nos apropriar delas e promover o desenvolvimento sustentável da comunidade.