99% de toda a água doce está sob nosso pés!
O novo relatório hídrico da OMM reforça mais uma vez a importância da preservação e monitoramento dos recursos hídricos do planeta. Saiba quais são as consequências dessa crise, principalmente em áreas mais vulneráveis.
Foi encerrada a campanha de 2022, “Água Subterrânea: tornando o invisível visível”, com uma cúpula da água da ONU, destacando a importância de um melhor monitoramento e gestão deste recurso vital.
Isto inclui também a água potável destinada para muitas pessoas nas áreas rurais, e cerca de 25% de toda a água usada para irrigação. A gestão sustentável dos recursos hídricos subterrâneos é fundamental para reduzir impactos do clima e dos riscos de desastres induzidos pelo clima, como secas, na segurança alimentar, nas economias, na sociedade e nos ecossistemas.
A importância da preservação do sistema hidrológico
O melhor monitoramento hidrológico e previsão dos sistemas de águas subterrâneas são fundamentais para melhor entender e incorporar as águas subterrâneas nos modelos de sistemas terrestres e, consequentemente, desenvolver soluções inteligentes para o clima e aumentar a resiliência e segurança às mudanças climáticas.
O relatório Estado dos Recursos Hídricos Globais, recentemente publicado pela OMM, procura fornecer informações confiáveis que sustentam a gestão dos recursos globais de água doce, incluindo águas subterrâneas, em uma era de demanda crescente e suprimentos limitados.
As mensagens importantes sobre dados e informações precisam ser trazidas e discutidas na Conferência da Água da ONU de 2023 e levadas para a COP28 e outras conferências, a fim de trazer a água subterrânea para onde ela pertence: para o centro do debate sobre os processos de mudança climática – incluindo o clima mitigação de mudanças e adaptação, e também como um fator chave para a realização do ODS 6 sobre água e saneamento, disse o Prof. Taalas.
Esses facilitadores são críticos, pois as mudanças climáticas estão afetando a disponibilidade, qualidade e quantidade de água para bilhões de pessoas e impactam os ecossistemas de várias maneiras.
Além disso, as mudanças hidrológicas induzidas pelas mudanças climáticas estão adicionando desafios à gestão sustentável de todos os recursos hídricos, que já estão sob forte pressão em muitas regiões do mundo, onde mais de 3 bilhões vivem em condições severas de estresse hídrico. Os recursos hídricos subterrâneos são diretamente afetados.
Compreender os recursos hídricos subterrâneos em sua variabilidade no espaço e no tempo é fundamental para tornar a gestão sustentável das águas subterrâneas parte da solução para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas e outras mudanças ambientais e sociais.
As consequências da crise hídrica no planeta
Recentemente, a Organização Meteorologia Mundial, lançou o primeiro relatório global sobre os recursos hídricos. De acordo com o documento, o mundo esteve mais seco do que o normal em 2021, impactando economias, ecossistemas e a vida da população.
Entre as áreas consideradas excepcionalmente secas, estão a região do Rio da Prata, na América do Sul, afetada por uma estiagem persistente desde 2019. Na Africa, grandes rios como, Niger, Nilo e Congo, tiveram o fluxo de água abaixo da média em 2021.
Por outro lado, houve volumes de rios acima do normal em algumas bacias da América do norte, norte da Amazônia e na África do sul. A área da bacia amazônica sofreu tanto inundações como secas em 2021. Durante a enchente, o nível da água na estação de Manaus no Brasil estava acima do limite, quebrando o recorde da cheia anterior de 2012.
O relatório pretende compreender melhor as mudanças na distribuição, quantidade e qualidade dos recursos de água doce. Isso influenciará nos investimentos em adaptação e mitigação do clima, assim como na campanha das Nações Unidas, para fornecer acesso universal nos próximos cinco anos a alertas precoces de perigos como inundações e secas.
O relatório ainda destaca um problema básico: a falta de dados hidrológicos verificados acessíveis. Com uma nova política, a OMM quer acelerar a disponibilidade e o compartilhamento dessas informações, incluindo descargas fluviais e informações sobre bacias hidrográficas transfronteiriças.