A crise hídrica mundial pode custar até US$ 58 trilhões!
Você já parou para pensar no valor econômico anual da água e dos ecossistemas de água doce? Estudo revela o quanto a crise hídrica pode custar e suas consequências para população!
A água é o recurso mais precioso do mundo. Ecossistemas saudáveis de água doce sustentam a sociedade e a economia, e são fundamentais para enfrentar as crises climáticas e naturais globais.
Porém, têm sido constantemente subvalorizados, alimentando a sua destruição e causando um impacto profundo em todo o planeta. Agora pela primeira vez, um relatório da World Wild Life (WWF) estimou o valor econômico da água e dos ecossistemas de água doce.
Vai pesar no bolso!
Desde de 1970, o mundo perdeu um terço das zonas úmidas restantes, enquanto as populações de vida selvagem de água doce diminuíram em média 83%. E esta tendência desastrosa contribuiu para um número crescente de pessoas que enfrentam a escassez de água e insegurança alimentar, uma vez que rios e lagoas enfrentam secas e inundações extremas.
Além disso, a crise hídrica também pode agravar as pressões econômicas e minar os esforços globais para inverter a perda da natureza e adaptar-se ao agravamento dos impactos das alterações climáticas, desde secas a inundações que podem elevar o nível do mar.
O relatório conclui que os benefícios econômicos diretos, como o consumo de água para as famílias, a agricultura irrigada e as indústrias, rendem em torno de 7,5 trilhões de dólares anuais.
Estima-se também que os benefícios invisíveis, que incluem a purificação da água, a melhoria do solo, o armazenamento de carbono e a proteção das comunidades contra cheias e secas extremas, são sete vezes superiores, atingindo cerca de 50 trilhões de dólares anuais.
Todos dependem dos ecossistemas de água doce
No entanto, a degradação dos rios, lagos, zonas úmidas e aquíferos subterrâneos está ameaçando esses valores, assim como retirar a ação sobre o clima e a natureza, além do progresso rumo aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.
Combinada com a má gestão da água, a destruição dos ecossistemas de água doce deixou milhares de milhões de pessoas em todo o mundo sem acesso à água potável e saneamento, ao mesmo tempo que os riscos hídricos para as empresas e as economias tendem a aumentar daqui pra frente. Mas por que empresas e investidores devem cuidar da natureza? Todas as empresas dependem de ativos de capital natural e de serviços oriundos do ecossistema, diretamente ou através das suas cadeias de abastecimento.
Segundo o relatório do World Economic Fórum, 44 trilhões de dólares de geração de valor econômico – mais de metade do PIB total mundial – dependem moderada ou altamente da natureza e dos seus serviços e, portanto, estão expostos a riscos de perda de natureza. E até 2050, cerca de 46% do PIB global poderá provir de áreas que enfrentam riscos elevados de água.
O menor nível de água no Amazonas
No geral, os rios sustentam um terço da produção global de alimentos. Embora grande parte disto seja irrigação, os rios também sustentam a pesca em água doce que alimenta 200 milhões de pessoas, incluindo povos indígenas e comunidades locais em toda África, Ásia e América Latina.
A rápida secagem dos afluentes do poderoso rio Amazonas deixou os barcos encalhados, cortando o abastecimento de alimentos e água a aldeias remotas na selva, enquanto as altas temperaturas da água são suspeitas de matar mais de 100 botos ameaçados de extinção.
Por causa da escassez dos rios, muitas comunidades estão isoladas e embora algumas áreas ainda fossem acessíveis por canoa, muitos barcos não conseguiam transitar o rio para levar os mantimentos, e as mercadorias eram transportadas por tratores ou até mesmo a pé. Sem falar no prejuízo econômico, já que muitos barcos que transportavam suprimentos, veículos e gás, ficaram encalhados nas margens do Rio Negro desde então.
Os riscos são claros! E o mesmo acontece com uma parte central da solução: proteger, restaurar e gerir de forma sustentável os ecossistemas de água doce, com o objetivo de se adaptar ao agravamento dos impactos das alterações climáticas relacionados com a água.