A fumaça dos incêndios na Austrália chegou à Argentina
Os incêndios na Austrália são os piores de sua história. A quantidade de fumaça gerada é grande o suficiente para percorrer o mundo e chegar à América do Sul.
New South Wales, no sudeste da Austrália, está enfrentando os piores incêndios de sua história desde os primeiros dias de Novembro. Uma combinação de parâmetros meteorológicos deu origem a um desastre real: altas temperaturas com muito baixo teor de umidade no ambiente, juntamente com vento intenso. O coquetel perfeito para o desenvolvimento de incêndios é servido em uma região da Austrália que geralmente é afetada por esses tipos de acidentes, embora os deste ano sejam extraordinários.
Conforme noticiado pela CNN em espanhol, o número de mortos subiu para quatro no final da semana passada. Mais de 140 focos de incêndio permaneceram ativas na costa sudeste da Austrália. Conforme relatado pelo El País, o número de hectares consumidos pelo fogo ultrapassou um milhão, pelo menos 150 casas foram destruídas e milhares de pessoas tiveram que ser evacuadas.
A polícia local acredita que alguns incêndios podem ter sido intencionais e depois aprimorados pelas condições climáticas prevalecentes. Mais ao norte, em Queensland, cerca de 70 focos ficaram ativos e foi emitido o alerta de "evacuação imediata" na quarta-feira passada (13). Esse aviso incluiu cidades como Woodgate, Kinkuna e o destino turístico de Noosa, cerca de 130 quilômetros ao norte de Brisbane.
A fumaça chegou à Argentina
Na quinta-feira, 14 de Novembro, o Serviço Meteorológico da Argentina informou que, após vários dias de emissão de fumaça da zona de incêndio, eles foram transportados pelo vento sobre o Oceano Pacífico, chegando à América do Sul. Depois de 12.000 quilômetros, a pluma de fumaça atingiu o território argentino.
A circulação de sudoeste em níveis mais elevados na atmosfera moveu para o nordeste da Argentina e, na sexta-feira, 15, já se dispersavam. No entanto, as autoridades meteorológicas da Argentina alertaram que, enquanto os incêndios na Austrália continuarem, novas plumas de fumaça podem chegar ao país novamente.
Embora muitos focos tenham sido controlados, o quadro não é dos melhores, pois ainda há um longo verão pela frente com previsões prolongadas de secas. Apagar esse tipo de incêndio pode levar meses de trabalho. Há 10 anos, a área vivenciou uma grande tragédia, com mais de 370 mortos e o epísódio ficou conhecido como "Sábado Negro". A onda de calor de 2014 foi classificada como “extrema”, embora seja possível que este ano seja necessário inventar uma nova definição: “muito extrema”.
O pior ainda está por vir
Como regra geral, a temporada de incêndios na Austrália ocorre entre Outubro e Março. A costa leste do país é geralmente atingida durante o verão por ventos secos e massas de ar muito quentes que se desenvolvem no deserto central.
A Bureau of Meteorology informou que a falta de chuvas atinge grande parte de Nova Gales do Sul, Queensland e Austrália do Sul desde o início de 2017. Enquanto essa situação extrema se desenvolve, o governo australiano maximiza os esforços não apenas para conter esses incêndios, mas sabendo que as piores ondas de calor do verão estão chegando sem previsões encorajadoras.