A onda de calor continua afetando a Índia com 3 mortes confirmadas, enquanto se analisa uma máxima superior a 52°C
O Departamento Meteorológico Indiano analisa se o recorde de 52,9°C é um novo recorde para o país ou se foi uma falha técnica no sensor. De qualquer forma, a onda de calor extremo atingiu picos máximos nesta semana, especialmente no norte do país.
Há uma semana, dissemos a vocês no Meteored que a onda de calor que afetava especialmente o norte da Índia iria continuar, ameaçando quebrar vários recordes históricos. Agora, nesta semana circularam dados de uma estação na região de Nova Delhi que teria registrado uma temperatura de 52,9°C. Essa informação não está confirmada, pois suspeita-se que possa ter sido uma falha instrumental.
Na verdade, na quinta-feira, 30 de novembro, India Meteorological Department (IMD) indicou que está investigando esta informação por ter dúvidas sobre sua veracidade. Em declarações à agência EFE, o meteorologista Soma Sen Roy indicou que os dados foram gerados por uma estação do estado do Rajastão, nos arredores da capital do país. A questão é que as demais estações situaram as medições entre 45,2 e 49,1°C.
Essa diferença pode estar relacionada a algum erro no sensor ou a algum efeito local. Além de ser 3°C superior, em média, às restantes estações da última terça-feira (28), não está em linha com a descida registada ontem quinta-feira (30) pela maioria dos pontos de medição. De qualquer forma, a diferença está entre 52,9°C e algum valor em torno de 49°C, fora de escala para o ser humano.
Forte onda de calor
A análise não é menor, pois se fosse confirmada estaríamos diante da temperatura mais alta já registrada em qualquer lugar da Índia. A extensa onda de calor cobre o território da capital da Índia, que inclui a sua capital, Nova Delhi. Quase 30 milhões de pessoas vivem lá e cobre cerca de 1.550 quilômetros quadrados de terra. Grande parte da população vive sem qualquer tipo de refrigeração e as condições de higiene estão longe de ser as ideais.
Como indicado CBS News, em meio à onda de calor, os moradores de Delhi, bem como dos estados do norte de Punjab, Haryana, Rajasthan, Madhya Pradesh e Uttar Pradesh, foram aconselhados a evitar a exposição ao calor, sob um alerta meteorológico "vermelho" emitido na terça (28) e quarta-feira (29) pelo IMD. O alerta vermelho, que designa condições de “onda de calor severa”, aconselhou as pessoas a manterem-se frescas, se possível, e a manterem-se hidratadas.
Os números preliminares indicam que até agora ocorreram pelo menos 3 mortes diretamente relacionadas com o calor, embora esse número possa ser significativamente superior. Alertas de calor extremo são emitidos quando valores muito elevados se repetem por mais de dois dias, algo que há muito foi ultrapassado.
Ligeira queda de temperatura à frente
A boa notícia é que hoje em dia o calor vai diminuir parcialmente no centro e no sul do país, mas não no norte. Nesta sexta-feira, 31 de maio, ao meio-dia em Nova Delhi, atingiu 45,9°C. Mas a baixa umidade relativa de apenas 13% fez com que se sentisse menos que nos outros dias, já que a sensação térmica foi inferior à temperatura real, com 43,9°C. Ao calor somaram-se os altíssimos níveis de poluição, que mantiveram toda a região sob uma persistente manta de neblina e baixa visibilidade.
Além disso, as eleições gerais que começaram no dia 19 de abril e terminaram neste sábado, 1º de junho, foram gravemente afetadas pela onda de calor, já que muitas pessoas não participaram.
No caso da Índia, outras estações como a da cidade de Sirsa, mais a norte, atingiram os 50,3°C na terça-feira (28). A tudo isto devemos acrescentar a grave crise de acesso à água que o país atravessa.
Vários países foram adicionados a áreas tradicionais com temperaturas superiores a 50ºC, como o Médio Oriente ou o Vale da Morte, nos últimos anos. Esse limiar já foi ultrapassado em países como a Argélia, e alguns especialistas acreditam que possivelmente dentro de mais alguns anos poderá ser registrado na porção central da América Sul, entre o Centro-Oeste do Brasil, a Bolívia, o Paraguai e o norte da Argentina.