A temporada de furacões chegou a seu pico e está estranhamente silenciosa
A temporada de furacões já está perto de seu pico, mas a temporada de furacões no Atlântico deste ano ainda é uma das mais silenciosas já registrada. Pesquisador explica a possível causa dessa tranquilidade no Oceano Atlântico.
Após meses de tranquilidade quase total, o Oceano Atlântico finalmente viu seus dois primeiros furacões da temporada de 2022. Os furacões Danielle e Earl, que desenvolveram ventos com força de furacão, agora estão girando em direção ao Norte através do oceano.
O furacão Danielle se tornou o primeiro furacão da temporada no Atlântico, depois que agosto terminou sem tempestades nomeadas pela primeira vez em décadas.
Com base no registro histórico de furacões desde 1851, a frequência de tempestades nomeadas no Atlântico é mais alta por volta de 10 de setembro. Porém, apesar dessa recente onda de atividade, a temporada de furacões no Atlântico deste ano ainda é uma das mais silenciosas já registradas, e parece provável que continue assim.
Em meio a um verão com inundações históricas, ondas de calor intensas e incêndios florestais nos Estados Unidos, até agora não houve grandes furacões como os que devastaram o país nos últimos anos. Essas duas tempestades são um lembrete de que a temporada de furacões está longe de terminar e provavelmente permanecerá ativa por várias semanas.
Embora os meteorologistas estejam rastreando mais alguns sistemas de tempestades, que podem se desenvolver nas próximas semanas, nenhum deles deve representar uma ameaça iminente para os moradores do Caribe ou do continente americano.
O tradicional pico da temporada de furacões foi o dia 10 de setembro, entretanto, a atividade das tempestades tropicais em geral é apenas cerca de 10% da sua média até agora este ano. Assim, se a tendência continuar, é provável que o ano termine bem abaixo da média, sendo um dos anos mais silenciosos.
O que está acontecendo com a previsão da temporada de furacões de 2022?
A maioria das previsões da temporada de furacões começa analisando os principais fatores ambientais, como a temperatura da água e os ventos de nível superior, que influenciam a atividade tropical e quão favoráveis são esses fatores para o desenvolvimento de tempestades tropicais.
Embora existam muitos fatores que influenciam a atividade tropical, o mais importante a considerar é a temperatura do mar. A convecção tropical, que alimenta os furacões, é alimentada pela água quente do oceano. Geralmente, quando a superfície oceânica quente é mais expansiva do que o normal, há mais áreas onde as tempestades podem se desenvolver.
Este ano, a escassez de formação de tempestades tropicais foi uma surpresa para muitos meteorologistas, especialmente porque todos os principais modelos previram uma temporada agitada. A atividade deste verão foi fortemente influenciada pelo ar seco e, em menor grau, pelo cisalhamento do vento, resultando em um desenvolvimento limitado de tempestades.
Ainda segundo o pesquisador, este período seco pode ter sido causado pela onda de calor histórica na Europa no início deste verão. O sistema de alta pressão que atingiu o continente europeu, também tornou os trópicos mais frios, e o diferencial de temperatura entre as regiões permitiu que o ar seco fluísse para os trópicos, impedindo o acúmulo de umidade necessário para grandes tempestades.
A mudança climática realmente tem o potencial de tornar as coisas ainda mais silenciosas. De acordo com pesquisas recentes, um mundo em aquecimento pode reduzir o diferencial de temperatura entre o oceano e a atmosfera acima dele, reduzindo assim os movimentos de ar quente que levam a ciclones tropicais.
Embora as mudanças climáticas tenham o potencial de suprimir a atividade das tempestades, resultando em temporadas de furacões mais silenciosas, elas também fornecem mais combustível para as tempestades que se formam, porque as temperaturas dos oceanos em geral estão ficando mais quentes.