Tremores de terra aumentam na Islândia, o que pode acontecer?
Pela segunda vez este ano, a Islândia está passando por um aumento dos tremores. A forte atividade sísmica pode indiciar a possibilidade de ocorrência de uma erupção vulcânica.
O norte da ilha da Islândia está passando, desde o dia 19 de Junho, por um aumento considerável da atividade sísmica. Foram registados mais de 4000 sismos, sendo que pelo menos 3 superaram a magnitude 5.0 na escala de Richter. A região mais populosa a ser afetada até agora é Siglufjörður, a cerca de 400 Km a Nordeste da capital Reykjavik, onde também foram registados milhares de pequenos tremores.
Os tremores mais intensos foram sentidos em toda a ilha e as autoridades locais aconselharam a população a tomar medidas apropriadas em caso de eventos de maior magnitude e intensidade. O monitoramento desenvolvido pelo Centro Meteorológico da Islândia, pelo Instituto de História Natural e pela Guarda Costeira indica que, apesar do aumento da atividade sísmica nos últimos dias, não está iminente um grande terramoto.
Este evento não causou, até agora, danos em estruturas ou vítimas mortais. Contudo, nas áreas mais afetadas (região de Siglufjörður e Ólafsfjörður) foram registadas algumas ocorrências relacionadas com movimentos de vertente e queda de rochas. Devido à forte possibilidade da atividade sísmica se prolongar por mais alguns dias e até mesmo semanas, as autoridades de monitoramento da Islândia (Iceland Met Office) aconselharam a população a evitar áreas isoladas e montanhosas, principalmente no Norte da ilha.
Será a atividade sísmica o prelúdio para algo maior?
Este não é o primeiro período de intensa atividade sísmica neste ano: durante o mês de Abril, foram registrados pelo menos 8000 terremotos, com maior incidência no sul da ilha, numa área mais próxima da capital. Nessa altura, cientistas locais e britânicos acreditavam que podia ocorrer uma erupção vulcânica na península de Reyjkanes ao sul da capital.
Atualmente, a comunidade científica acredita que pode estar na iminência a erupção do vulcão Grimsvotn, no sul da ilha, e que o aumento da atividade sísmica está diretamente relacionada com esse evento. Além disso, foram registados na área elevadas concentrações de dióxido de enxofre, indicador da presença de magma perto da superfície.
A última erupção deste vulcão ocorreu em 2011 e provocou o caos no espaço aéreo das Ilhas Britânicas e do Norte da Europa. Já em 2010, a erupção do vulcão Eyjafjoll resultou em uma imensa nuvem de fumaça e poeira, levando ao cancelamento de mais de 100.000 vôos e afetando mais de 8.000.000 de passageiros.
Assim, é possível prever os efeitos nefastos que estes eventos podem ter na população, nos transportes e no espaço edificado. Os sismos, associados a erupções vulcânicas, podem levar à destruição de infraestruturas, à ocorrência de cheias (pois o magma pode derreter grandes quantidades de gelo que se precipitam na pequena rede hidrográfica) e à perda de vidas humanas.