“Alergia ao frio”: isso existe e entenda como ocorre
A alergia ao frio é uma condição real, e se trata de uma urticária que causa manchas avermelhadas e coceira na pele devido à exposição a baixas temperaturas. Saiba mais aqui.
Recentemente, falamos aqui sobre a alergia ao calor. Mas você já ouviu falar na alergia ao frio? Sim, essa condição também ocorre.
A “alergia ao frio”, como é conhecida popularmente, é uma urticária ao frio e consiste de uma reação alérgica provocada pela exposição a temperaturas muito baixas. Veja mais informações abaixo.
O que é essa alergia?
A “alergia ao frio” (urticária) é uma irritação que ocorre na pele, provocada pelo contato do corpo com temperaturas muito baixas. Ou seja, exposição ao ar frio, contato com objetos gelados ou consumo de bebidas geladas.
Essa condição se desenvolve a partir de uma resposta imunológica anormal, na qual o sistema imunológico identifica, incorretamente, o frio como uma ameaça.
Segundo informações do Ministério da Saúde do Brasil, os fatores internos do organismo que provocam a urticária ainda são pouco conhecidos, mas, na maioria dos casos, acontecem por mecanismos não alérgicos.
A médica dermatologista e especialista da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Fernanda Wroblevski, explica que “tem pessoas que desenvolvem esse quadro desde a infância, como uma coisa já do começo da vida, e tem pessoas que desenvolvem ao longo da vida. O mais comum é acontecer com adultos jovens”.
Segundo Wroblevski, essa condição é “uma alteração que pode vir sozinha, totalmente isolada, como pode vir em um contexto, com outras doenças de imunidade. Se a gente tiver outros sintomas associados, como febre, dor articular ou lesões mais dolorosas do que com coceira, a gente tem que investigar para quadros de doenças reumáticas, autoimunes, que poderiam estar por trás”.
Quais são os sintomas?
O principal sintoma da urticária ao frio é a coceira intensa, além de possível sensação de ardência e queimação. Também pode ocorrer o surgimento de lesões avermelhadas e elevadas na pele.
E os sintomas podem ser mais extremos, por exemplo: se a pessoa entrar em contato com um grande volume de água gelada (uma piscina ou água do mar), ela pode apresentar um acometimento da pele do corpo inteiro, pressão baixa, dificuldade para respirar e até perda de consciência.
Os sintomas tendem a surgir alguns minutos após o contato da pele com o frio, e normalmente melhoram de forma espontânea algumas horas após, sendo comum afetarem as partes do corpo mais expostas.
A alergia ao frio tem cura?
O diagnóstico costuma ser feito pelo histórico clínico do paciente, que deve consultar um médico dermatologista ou alergologista em caso de suspeita da condição. Mas Wroblevski afirma: “Algumas pessoas podem desenvolver uma tolerância, mas, efetivamente, não tem cura”.
As medidas preventivas são importantes para controlar os sintomas e envolvem, por exemplo, evitar a exposição excessiva ao frio. O tratamento é individualizado e deve ser consultado junto ao especialista, e pode incluir o uso de medicamentos como anti-histamínicos, corticosteroides tópicos e, em casos mais graves, epinefrina.
Contudo, a especialista dá algumas dicas para prevenir o surgimento dessa alergia: tomar banho em temperatura morna; evitar ambientes frios, mas no caso manter-se agasalhado, evitar entrar no mar muito gelado e evitar esportes aquáticos em água fria.