Alerta de La Niña: NOAA e Instituto Australiano de Meteorologia trazem indicativos do desenvolvimento do fenômeno
Descubra o que a possível chegada de La Niña em 2024 significa para o clima global. Analisamos as previsões da NOAA e do Instituto australiano de meteorologia destacando as mudanças nas temperaturas oceânicas e os impactos climáticos esperados.
O fenômeno climático ENSO (El Niño-Oscilação Sul) é um dos principais indicadores do clima global, afetando não apenas as temperaturas da superfície do mar, mas também os padrões climáticos em todo o mundo. Recentemente, tanto a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos EUA quanto o Instituto Australiano de Meteorologia (ABM) emitiram relatórios sobre o status atual do ENSO.
NOAA: visão geral e previsões
O último relatório da NOAA, atualizado em 17 de junho de 2024, indica que estamos atualmente em uma fase neutra do ENSO. No entanto, há uma forte indicação de que o La Niña pode se desenvolver entre julho e setembro de 2024, com uma probabilidade de 65% de ocorrência, persistindo até o inverno do hemisfério norte de 2024-25.
A NOAA relata um resfriamento contínuo das temperaturas da superfície do mar (SST) no oceano Pacífico central desde dezembro de 2023. Esse fenômeno é um indicativo de mudanças significativas nas condições climáticas da região.
Além disso, a temperatura subsuperfície também tem apresentado valores abaixo da média, com particular destaque para as áreas do Pacífico central e oriental. Esse padrão sugere uma possível evolução para condições mais frias nas profundezas do oceano.
ABM: condições atuais e previsões
O relatório do ABM, em contrapartida, foca nas condições neutras atuais do ENSO, mas estabelece um "alerta de La Niña", indicando que há uma chance de transição para La Niña nos próximos meses. Este relatório destaca que os padrões de nuvens e pressão superficial estão em conformidade com uma fase neutra do ENSO, com uma mistura de previsões entre a persistência da neutralidade e o desenvolvimento de La Niña.
O ABM também menciona o Dipolo do Oceano Índico (IOD), atualmente neutra, e a expectativa de que essa neutralidade continue, o que pode influenciar os padrões climáticos na região.
Ambos os relatórios indicam uma tendência de resfriamento nas SSTs no Pacífico, sugerindo a possibilidade de um desenvolvimento de La Niña até o final de 2024. No entanto, a NOAA apresenta uma probabilidade maior e um tempo mais definido para este desenvolvimento em comparação com o ABM, que mantém uma previsão mais cautelosa e aberta.
Essas previsões são cruciais para planejamento em setores como agricultura, gestão de recursos hídricos e preparação para desastres naturais, dado que La Niña geralmente está associada a padrões climáticos mais secos e frios em várias partes do mundo, incluindo impactos significativos na Austrália e na América do Sul.