“Amazônia do fundo do mar”: conheça o habitat aquático mais diverso do planeta

Que local no fundo do mar é este, chamado de "a Amazônia dos mares" devido à sua rica biodiversidade? Ele é repleto de vida tanto quanto a exuberante floresta tropical. Descubra aqui.

Triângulo de corais
A “Amazônia do fundo do mar” é um local repleto de vida, com uma grande diversidade assim como a floresta. Crédito: BlueHope.

Uma região no fundo do oceano cheia de vida marinha… com uma grande biodiversidade que faz apelidarem este local de “a Amazônia do mar. E que lugar é esse? Estamos falando do “Triângulo de corais”, uma região que abrange a Malásia, Filipinas, Indonésia, Papua Nova Guiné, Timor Leste e as Ilhas Salomão. Veja mais informações abaixo.

Como é a “Amazônia do mar”

Às vezes também chamado de "a Amazônia dos mares", o triângulo de corais, no sudeste da Ásia, é uma região oceânica tão rica em espécies e repleta de vida, tanto quanto a nossa magnífica floresta tropical.

Localização geográfica do Triângulo de corais
Localização geográfica do Triângulo de corais. Crédito: WWF.

Cerca de 75% de todas as espécies de corais conhecidas no mundo vivem nesta região. Há mais de 700 espécies diferentes, bem como 3 mil tipos de peixes de recife e seis das sete espécies de tartarugas marinhas do mundo. Algumas espécies possuem até 30 milhões de anos.

A “Amazônia do mar” é uma região conhecida como ‘Triângulo de corais’, a qual abrange a Malásia, Filipinas, Indonésia, Papua Nova Guiné, Timor Leste e as Ilhas Salomão.

"O triângulo de corais do sudeste asiático é o lugar mais diverso da Terra, em termos de habitats naturais marinhos”, comenta Kenneth Johnson, paleontólogo e pesquisador do Departamento de Ciências da Terra do Museu de História Natural de Londres.

Triângulo de corais
O triângulo de corais possui espécies de até 30 milhões de anos. Crédito: Divulgação.

Os corais, conhecidos também como pólipos, são animais pequenos e sem espinhos, medindo apenas alguns milímetros. São da mesma família das águas-vivas e anêmonas do mar. Eles constroem exoesqueletos resistentes e, juntamente com milhares de outros corais, formam as estruturas gigantescas que conhecemos como recifes de coral. O exoesqueleto do animal permanece após a sua morte.

Qual a razão da grande diversidade neste local?

Essa é a pergunta que vários pesquisadores da área se fazem. Segundo eles, há espécies de milhões de anos vivendo no local, e é essa resiliência que pode ajudar a explicar porque existem hoje tantas espécies no Triângulo de corais.

"A razão pela qual este é o lugar mais diverso da Terra é que uma vez que [um coral] chega aqui, ele não se extingue", afirma Johnson.

Triângulo de corais, dragão de komodo
Dragão de Komodo, uma espécie magnífica das ilhas do Triângulo de corais. Crédito: Divulgação.

Os cientistas explicam que em algumas partes do mundo onde existem recifes de corais, como no Caribe, por exemplo, já ocorreram extinções no passado, que foram causadas por mudanças severas no meio ambiente e no clima.

Porém, no Triângulo dos corais, os registros fósseis sugerem que não houve nenhum evento de extinção ali. E os corais, aparentemente, também tinham outra vantagem ali: eles viviam em águas nebulosas e turvas, entre sedimentos turbulentos e água da chuva.

"Acreditamos que estes ambientes escuros ajudaram os corais a sobreviver", disse Nadia Santodomingo, bióloga marinha, geocientista e curadora do Museu de História Natural de Londres.

Além disso, estudos sugerem que a água turva pode tornar os corais mais resistentes ao branqueamento, fenômeno que os transformam em brancos e pode causar a sua morte, devido ao aquecimento das águas.

Triângulo de corais
Uma grande diversidade de peixes habita o triângulo de corais. Crédito: IYBSSD.

Então, a hipótese de que os recifes turvos abrigam comunidades de corais mais resistentes às mudanças climáticas tem sido aceita, e a possível explicação é que o branqueamento pode ser causado não só pelo aquecimento das águas, mas também pela luz solar intensa, segundo Johnson. "Quando a água está turva, há menos luz", diz ele, “e isso poderia proteger os corais”.

Referência da notícia:

BBC News. “Como é a 'Amazônia do fundo do mar', o habitat submarino mais diverso do planeta”. 2024.