Amazônia: mais do que uma floresta, uma reguladora do clima
No ultimo dia 5 de setembro foi celebrado o Dia da Amazônia! Nessa data celebramos a riqueza da maior floresta tropical do mundo e também destacamos sua importância na manutenção do clima da América do Sul, principalmente do Brasil.
No dia 5 de setembro foi comemorado o Dia da Amazônia, um dos patrimônios naturais mais valiosos do planeta. A celebração dessa data faz referência ao dia 5 de setembro de 1850, quando o príncipe D. Pedro II decretou a criação da Província do Amazonas (atual estado do Amazonas), e foi criada para conscientizar a população da importância da maior floresta tropical do mundo.
A Amazônia é abrigo de cerca de 30% da biomassa total do planeta e quase metade da biodiversidade do mundo, ocupando uma área de 5.5 milhões de km² na América do Sul, sendo que 60% está situada no Brasil. Além da rica biodiversidade, a Amazônia detém a maior bacia hidrográfica do mundo, a Bacia Amazônica (ou Bacia do Rio Amazonas), que envolve todo o sistema hídrico que converge no Rio Amazonas, responsável por um quinto do fluxo fluvial do mundo e por conter cerca de 20% da água doce líquida da Terra.
Todas as características mencionadas já são o suficiente para entendermos o quão importante a Amazônia é para o Brasil e o mundo, mas sua importância vai além do seu rico ecossistema...a Amazônia é responsável pelo o clima que vivemos no Brasil e na América do Sul!
A Amazônia e o Clima
De diversas formas a floresta Amazônia influencia o clima, uma delas é através da absorção do gás carbônico da atmosfera. O gás carbônico (CO2) é um dos principais gases de efeito estufa (associado ao aquecimento global) e tem papel fundamental no ciclo de vida das árvores da floresta através do processo de fotossíntese. Nesse processo a vegetação absorve o carbono do ar e em troca libera oxigênio, dessa forma ela captura parte do carbono da atmosfera. Estudos indicam que cada hectare de floresta preservada absorve 2 toneladas de carbono por ano.
Por estar situada próxima a linha do Equador, numa região quente e úmida, a convecção tropical na Amazônia é bem intensa, principalmente durante o verão. Essa intensa convecção transfere calor latente para a os níveis mais altos da atmosfera, alterando a circulação atmosférica e gerando mecanismos importantes para o regime de precipitação da América do Sul, como a Alta da Bolívia, que normalmente está associada a formação da conhecida Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), importante sistema associado a chuvas no centro-sul do Brasil.
Outro importante papel da floresta é o de manter o ar úmido em movimento, transportando umidade para as regiões mais a sul da América do Sul. A Amazônia recebe umidade vinda do oceano Atlântico através dos ventos alísios, que gera chuva na região. Porém, por sua vez, a floresta injeta mais umidade na atmosfera através da evapotranspiração da vegetação, o que mantém ativo esse fluxo de umidade, que chega até a cordilheira dos Andes e, posteriormente, se direciona ao Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. Esse fluxo de umidade é chamado por muitos de “Rios Voadores” e é um mecanismo fundamental para o regime de precipitação da região central e sul da América do Sul.