As mudanças climáticas ampliaram em 10% as chuvas causadas pelo furacão Ian
Estudos recentes concluíram que as mudanças climáticas foram responsáveis pelo aumento em 10% das chuvas do furacão Ian na semana passada.
O furacão Ian, que atingiu a Flórida na semana passada, deixou inúmeros estragos e causou pelo menos 100 mortes, diretas e indiretas. Além disso, muitos moradores estão desabrigados e lutam para reconstruir suas vidas diante dos destroços causados pelo furacão Ian. Após causar estragos na Flórida, o furacão seguiu em direção a Carolina do Sul com ventos de até 140 km/h, até perder força e se transformar em tempestade tropical.
Como as temperaturas da superfície do mar estão se aquecendo em todos os lugares, as condições que geram furações agora são encontradas mais ao norte e ao sul da linha do Equador do que costumavam ser. Além de que os furacões se formam fora das estações que as pessoas esperavam.
Também há evidências de que eles estão se movendo mais lentamente e são cada vez mais propensos a parar completamente perto da costa, levando a mais inundações à medida que uma região é atingida por uma quantidade maior de chuvas.
Sabe-se que uma atmosfera mais quente retém mais umidade, em torno de 7% a mais para cada grau Celsius de aumento da temperatura. Isso significa que os furacões já são responsáveis por algumas das chuvas mais fortes do planeta, e tendem a intensificar a precipitação em um mundo mais quente.
As mudanças climáticas e sua relação com a tempestade do furacão IAN
Na semana da ocorrência do furacão Ian, o Golfo do México estava 0,8 graus mais quente que o normal, o que deveria significar cerca de 5% mais chuva, mas a realidade acabou sendo pior do que o normal. O estudo descobriu que o furacão causou o dobro, ou seja, aumento em 10% na precipitação causada pela tempestade do furacão Ian.
Os furacões do Atlântico Norte são um caso crítico, tanto por causa das fortes evidências de sua ligação com as mudanças climáticas quanto pela escala da destruição que eles desencadeiam. Com base na ciência existente, acredita-se que é importante aproximar os danos devido às mudanças climáticas.
Dessa forma, se torna cada vez mais necessário a realização planejamentos para enfrentar tempestades mais úmidas daqui para frente, já que o aquecimento global não vai desaparecer, afirmou o cientista atmosférico da Universidade de Princeton, Gabriel Vecchi.
A Flórida, como grande parte do Caribe e do leste dos EUA, está em uma posição precária. Esforços recentes para evitar inundações costeiras irão, sem dúvida, melhorar alguns dos piores efeitos do furacão Ian e pagar dividendos em tempestades nos próximos anos. Mas combater esses sintomas é inútil se a causa final – as emissões de gases de efeito estufa – permanecer sem solução.