Brasil bate recorde mundial de maior relâmpago: 709 km de extensão
A natureza nos causa perplexidade em muitos momentos. A revelação mais recente das forças da natureza pertence à Organização Mundial de Meteorologia que indicou dois novos recordes no que diz respeito a descargas elétricas atmosféricas na América do Sul.
Na última quinta-feira (25), a Organização Meteorológica Mundial (OMM) anunciou um novo recorde da natureza. No dia 31 de outubro de 2018, um relâmpago cruzou a distância de mais de 700 km nos céus do Brasil tornando-se o recorde de maior extensão já registrada por uma descarga elétrica atmosférica, estabelecido graças às novas tecnologias de imagem por satélite.
A extensão do relâmpago que rasgou os céus do Brasil em 2018 corresponde à distância entre Boston e Washington, nos Estados Unidos, ou entre Londres e Bâle, na Suíça, segundo a Organização. Como o Brasil tem dimensões continentais, o relâmpago cruzou os céus do estado do Rio Grande do Sul de oeste a leste.
O recorde anterior de descarga elétrica com maior extensão havia sido registrado em Oklahoma, EUA. Até então, o relâmpago mais extenso era de 321 km de comprimento e, portanto, o novo registro mais que dobrou o recorde.
Um outro recorde foi validado por especialistas da Organização de Extremos Meteorológicos e Climáticos, o de um relâmpago com a maior duração: um único raio se estendeu no céu do norte da Argentina no dia 4 de março de 2019 durante 16,73 segundos, a maior duração já observada por um único raio. O recorde de duração anterior, 7,74 segundos, foi medido em 30 de agosto de 2012 no sul da França.
Os novos recordes puderam ser validados graças a progressos recentes realizados na cartografia dos raios graças a instrumentos instalados a bordo de satélites de observação que permitem mensurar continuadamente o comprimento e a duração dos relâmpagos nas vastas extensões geoespaciais. Novas tecnologias permitiram a detecção "dos extremos conhecidos pelo nome de mega relâmpagos que antes não eram observados"
A OMM também fez um alerta de que os raios representam um grande perigo para a população, e essas descobertas são importantes para a “segurança, engenharia e preocupações científicas”. Outros extremos de raios da OMM previamente aceitos são: 1) Efeito direto: 21 pessoas mortas por um único relâmpago enquanto se escondiam em busca de segurança em uma cabana no Zimbábue em 1975; 2) Efeito indireto: 469 pessoas mortas em Dronka, Egito, quando um raio atingiu um conjunto de tanques de petróleo, causando a queima de petróleo na cidade em 1994.
Raio, Relâmpago, Trovão
De acordo com o Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, relâmpagos são descargas elétricas atmosféricas geradas pelo aumento do campo elétrico da nuvem. Existem vários tipos de relâmpagos, como por exemplo, os de nuvem-ar, nuvem-solo, nuvem-nuvem.
Os relâmpagos nuvem-solo (que partem da nuvem e se conectam com o solo) também são chamados de raio. O trovão, por sua vez, é o som emitido pela descarga elétrica atmosférica devido ao aquecimento abrupto do ar ao redor do canal elétrico.