Brasil lidera expedição internacional que dará a volta na Antártica; navio partirá do Rio Grande do Sul
O Brasil lidera a expedição internacional que vai contornar a Antártica para pesquisar os efeitos das mudanças climáticas. O navio partirá da costa do Rio Grande do Sul. Veja aqui mais detalhes.
Uma expedição com pesquisadores de vários países e liderada pelo Brasil dará a volta na Antártica com a finalidade de coletar dados do gelo marinho de dados atmosféricos para futuras pesquisas. O navio quebra-gelo russo que os levará vai partir da Região Sul do Brasil, mais especificamente do litoral do estado do Rio Grande do Sul, carregando 61 cientistas no total.
O objetivo principal dessa expedição é estudar o impacto das mudanças climáticas nas geleiras e nos ecossistemas do continente antártico. Veja mais informações abaixo.
Expedição internacional ao continente branco
A Expedição Internacional de Circum-Navegação Costeira Antártica terá uma tripulação de cerca de 140 pessoas, das quais 61 são pesquisadores da Argentina, Chile, China, Índia, Peru, Rússia e Brasil; e destes, 27 são cientistas brasileiros, liderando a expedição.
A expedição percorrerá mais de 20 mil quilômetros ao redor da Antártica e tentará chegar o mais perto possível da frente das geleiras na costa do continente. A tripulação parte na próxima sexta-feira (22) do Porto de Rio Grande, litoral do Rio Grande do Sul, e deve permanecer em missão durante 60 dias, até o dia 25 de janeiro de 2025. Eles irão a bordo do navio quebra-gelo científico russo Akademik Tryoshnikov.
Serão coletadas amostras do manto de gelo e de seu entorno, que permitirão a realização de estudos sobre os impactos das mudanças climáticas nas geleiras e nos ecossistemas costeiros da Antártica, e o mapeamento dos hotspots da biodiversidade marinha.
O navio também carregará dois helicópteros, que sairão para realizar sobrevoos e ajudar quem precisar desembarcar para trabalhar em solo no continente.
Dados para estudar os impactos das mudanças climáticas
Como já dissemos, a expedição é liderada pelo Brasil, e terá a coordenação do pesquisador Jefferson Cardia Simões do Centro Polar e Climático (CPC) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Segundo ele, o pioneirismo desta nova expedição está no fato de ela ser realizada o mais perto possível da costa da Antártica.
A expedição multidisciplinar vai coletar amostras do ambiente biológico e físico da Antártica, entretanto, o objetivo principal é analisar a estabilidade das plataformas de gelo e do manto de gelo diante das mudanças climáticas atuais, e o que isso pode representar em termos de aumento do nível dos mares.
Simões comenta que um ponto importante da expedição é a colaboração em diferentes projetos para medir características em vários lugares na Antártica, porque o oceano austral está se tornando mais ácido, menos salino e mais quente.
Além disso, segundo Francisco Eliseu Aquino, professor do Departamento de Geografia da UFRGS que também participará da expedição, a viagem permitirá estudar o ciclo hidrológico examinando as conexões entre a região tropical e a Antártica. “Também faremos perfurações na neve e gelo para investigar a variabilidade do clima e da química da atmosfera ao longo dos últimos 100 anos”, disse ele.
A expedição é 97% financiada pela fundação suíça Albédo Pour la Cryosphère, dedicada ao estudo e à preservação da massa de neve e do gelo planetário, e também tem apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do RS (Fapergs).
Referências da notícia:
Super Interessante. “Brasil lidera expedição internacional que dará a volta na Antártica”. 2024
Correio do Povo. “Brasil lidera expedição que contornará a Antártica para pesquisar efeitos das mudanças climáticas”. 2024.
Academia Brasileira de Ciências. “Brasil lidera maior circum-navegação científica da Antártica”. 2024.