Buraco na camada de ozônio deverá ser maior que o normal na primavera de 2023
O último sábado, 16 de setembro, marcou um novo período para prestarmos atenção à camada que nos protege dos raios ultravioletas. Saiba o estado atual da camada de ozônio e sua impressionante projeção para a primavera.
O Protocolo de Montreal, assinado pela primeira vez em 1987 e implementado em 1989, é um dos acordos internacionais mais bem sucedidos até hoje. A redução drástica das emissões de substâncias que destroem a camada de ozônio só foi possível graças às colaborações e acordos internacionais.
Vale ressaltar que o Protocolo de Montreal não foi um sucesso instantâneo na redução de emissões. Ele passou por diversas modificações para aumentar a ambição e as metas de redução. Estes ajustes chegaram perto de eliminar as substâncias que destroem a camada de ozônio, tornando-o um dos acordos internacionais mais bem sucedidos.
Como sabemos, a camada de ozônio protege a vida na Terra da radiação solar ultravioleta (UV). Mas no final do século 20, as emissões de substâncias conhecidas como halocarbonos afetaram negativamente a quantidade de moléculas de ozônio na atmosfera, resultando no dramático buraco anual de ozônio na região da Antártica.
Estado atual e projeções para a primavera de 2023
"O buraco na camada de ozônio normalmente começa a se formar no final de setembro, atingindo o pico em outubro, antes de fechar em novembro ou dezembro. Começar em agosto é certamente muito cedo. Normalmente não esperávamos isso", destacou Martin Juker, profesor professor do Centro de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas da Universidade de Nova Gales do Sul. Esta afirmação é baseada em dados publicados pelo Copernicus em 04 de agosto de 2023.
Embora o buraco na camada de ozônio normalmente pareça menor durante os eventos do El Niño, a equipe científica de Juker sugere que será maior do que o normal na primavera de 2023. Isto está relacionado com mudanças atmosféricas persistentes após o impacto do vulcão Tonga em janeiro de 2022.
“Quanto mais radiação ultravioleta atinge a Antártica, significa que há mais energia disponível para derreter o gelo”, diz Juker. Ele acrescenta também que "agora que temos tão pouco gelo marinho, em vez de gelo branco há gelo azul, portanto existe o risco do oceano Antártico aquecer ainda mais e depois derreter indiretamente mais gelo, porque a água junto ao gelo está mais quente".
Além de adiantar a data de início do buraco na camada de ozônio para 2023, como se vê na imagem do Copernicus, a área do buraco é maior do que a registrada durante os anos de 2021 e 2022. Infelizmente, o que se projeta para as próximas semanas também não é muito animador, uma vez que o buraco na camada de ozônio continuará aumentando de tamanho, ainda mais do que os dois períodos acima mencionados.