Cadáver de bebê mamute perfeitamente preservado descoberto após 50.000 anos na Sibéria

Cientistas russos apresentaram o corpo excepcionalmente preservado de uma fêmea de mamute encontrada na Sibéria, com mais de 50 mil anos de idade. Esta descoberta promete revolucionar o conhecimento sobre a sua biologia e adaptações a climas extremos.

Mamute Yana Rússia Sibéria
Três cientistas exibem a carcaça do bebê mamute no Mammoth Museum em Yakutsk, na Rússia. Crédito: Roman Kutukov - REUTERS

Em evento que chamou a atenção da comunidade científica mundial, a Universidade Federal do Nordeste (NEFU) a Rússia apresentou neste dia 23 de dezembro o corpo excepcionalmente preservado de um filhote de mamute, encontrado durante o verão na estação de pesquisa Batagayka, no distrito de Verkhoyansk, na Sibéria.

Segundo especialistas, este espécime tem uma idade geológica de mais de 50 mil anos e pode fornecer informações importantes sobre a vida durante o Pleistoceno.

Graças ao programa Prioridad 2030, já começou uma análise genética abrangente em colaboração com cientistas de várias regiões da Rússia. “Esta é uma descoberta única que mais uma vez posiciona Yakutia como líder mundial no estudo de mamutes”, disse Anatoly Nikolaev, reitor do NEFU. Além disso, destacou que, até o momento, apenas seis mamutes foram descobertos no mundo em condições semelhantes, três deles também em Yakutia.

O filhote, apelidado de “Yana” em homenagem ao rio Yana próximo ao local onde foi encontrado, encontra-se em surpreendente estado de preservação. “Não há perdas na cabeça, tronco, orelhas ou região oral, o que nos permitirá fazer uma análise detalhada de sua anatomia e biologia”, explicou Nikolaev.

Estima-se que Yana tinha um ano de idade quando morreu

Yana, uma fêmea pelas características sexuais primárias observadas, mede 1,20 metros de altura na cernelha, pesa aproximadamente 180 quilos e tem comprimento próximo a dois metros.

Mamute Yana Rússia Sibéria
Carcaça do bebê mamute, no Mammoth Museum, em Yakutsk (Rússia). Crédito: Roman Kutukov – REUTERS

Os mamutes, extintos há cerca de 4 mil anos, pesavam em média cerca de sete toneladas e atingiam quatro metros de altura na cernelha, a parte mais alta do dorso.

Segundo os pesquisadores NEFU, Yana é o exemplar mais bem preservado do seu tipo, o que abre uma janela única para estudar a ontogênese dos mamutes, as suas adaptações ao clima extremo e as condições paleoecológicas do seu habitat.

Maxim Cheprasov, chefe do laboratório NEFU Mammoth Museum, detalhou os planos futuros: “Realizaremos estudos anatomomorfológicos, histológicos, celulares, genéticos, microbiológicos e muito mais. Embora não tenhamos determinado a idade exata do indivíduo, estimamos que ele tivesse cerca de um ano de idade. Os mamutes cresceram mais rápido do que outras espécies modernas devido às duras condições climáticas que enfrentaram.”

Descobertas semelhantes no passado

Até agora, os mamutes descobertos incluem o mamute Dima (1977, região de Magadan), o mamute Masha (1988, Yamal), o mamute Lyuba (2007, Yamal), o mamute Khromskoy (2009, Yakutia), o mamute Yuka (2010, Yakutia) e o mamute Nun-Cho-Ga (2022, Canadá). A descoberta de Yana marca um novo marco na investigação destes gigantes pré-históricos.

A pesquisa deste espécime promete revolucionar a nossa compreensão da evolução e adaptação dos mamutes às condições extremas do Pleistoceno, contribuindo também para estudos sobre alterações climáticas e biodiversidade passada.

Referência da notícia

https://www.s-vfu.ru/news/detail.php?SECTION_ID=13&ELEMENT_ID=260352