Café brasileiro conquista o mundo: recordes de exportação em novembro
Em novembro de 2024, o Brasil atingiu novos recordes históricos na exportação de café. Com mais de 4 milhões de sacas exportadas, o setor cafeeiro registrou sua maior receita cambial mensal até hoje.
Segundo o Relatório Mensal de Exportações do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o Brasil alcançou um marco histórico nas exportações de café em novembro de 2024, embarcando 4,66 milhões de sacas de 60 quilos. Esse volume garantiu uma receita de US$ 1,34 bilhão, superando os registros anteriores. O aumento de 5,4% no volume exportado e de 62,7% na receita em relação ao mesmo período do ano anterior reflete o papel estratégico do café brasileiro no cenário global.
Os preços mais elevados no mercado internacional foram um dos grandes responsáveis por esses resultados. Enquanto em novembro de 2023 o preço médio da saca era de US$ 186,72, neste ano ele subiu para US$ 228. Esse crescimento mostra não apenas a valorização do produto, mas também a força da cadeia produtiva, que supera desafios logísticos e de infraestrutura para atender à demanda global. A combinação de um café de alta qualidade e estratégias eficazes de exportação colocou o Brasil em posição de liderança, mesmo em tempos de adversidade.
Preços em alta e eficiência logística
O desempenho excepcional de novembro não foi obra do acaso. Além da elevação dos preços internacionais, que tornaram o produto ainda mais valioso, o setor cafeeiro brasileiro mostrou capacidade de superar barreiras logísticas e operacionais.
Mesmo com limitações nos portos, como falta de infraestrutura em algumas regiões, o café brasileiro chegou a mercados exigentes da Europa, Estados Unidos e Ásia. Esses mercados, cada vez mais atentos à qualidade e sustentabilidade, valorizaram o esforço do Brasil em produzir grãos diferenciados.
Outro ponto que chama atenção é a crescente adesão de práticas sustentáveis e de inovação tecnológica. A certificação de origem, rastreabilidade e o uso de tecnologia na produção e colheita contribuíram para que o café brasileiro ganhasse destaque no mercado internacional. Além disso, a diversificação de portos de embarque e o investimento em terminais de menor porte ajudaram a garantir que o produto chegasse ao destino, mesmo diante de gargalos logísticos.
O mês de novembro também foi marcado pelo aumento da participação de novos compradores no mercado global. Países da Ásia, como China e Coreia do Sul, têm ampliado suas aquisições, impulsionados por uma classe média crescente e pela popularização do consumo de café em regiões tradicionalmente dominadas pelo chá.
Impactos e projeções futuras
Com o resultado de novembro, o Brasil já exportou 46,4 milhões de sacas em 2024, marcando um novo recorde anual. Este desempenho reflete a resiliência e adaptabilidade do setor, que continua liderando o mercado mundial. Além disso, a expectativa é que os investimentos em tecnologia e eficiência logística elevem ainda mais esses números nos próximos anos.
O impacto positivo do setor cafeeiro vai além das cifras. Ele reforça a imagem do Brasil como um dos principais players globais no comércio de commodities agrícolas. Esse reconhecimento contribui para fortalecer o país em negociações internacionais e na busca por novos mercados. A sustentabilidade também se tornou um diferencial competitivo importante, com consumidores e importadores exigindo práticas ambientalmente responsáveis.
Para 2025, as projeções indicam novos avanços. O Brasil deve manter sua liderança, não apenas em volume, mas também em qualidade. Programas de incentivo à agricultura familiar e treinamentos técnicos para produtores são vistos como pilares para ampliar o alcance do café brasileiro no mercado externo. Ao mesmo tempo, a diversificação de mercados e a expansão da infraestrutura portuária permanecem no centro das estratégias para garantir o crescimento contínuo.
Referência da noticia
Relatorio mensal de exportações do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil. 9 de dezembro, 2024. CECAFE.