Chegada do ar seco e os riscos para a saúde
Para boa parte do país, o outono/inverno é um período seco. A entrada de massas polares que são frias, secas e estáveis, proporciona um ambiente favorável para a proliferação de doenças respiratórias. Esta semana, uma massa de ar seco começará a atuar por um longo período, como se prevenir?
Para muitos brasileiros, a chegada do período outono/inverno é muito esperada devido as temperaturas mais amenas. Porém, é nesta época do ano em que o ar se torna mais seco, mas o que isso significa? Significa que há uma quantidade reduzida do gás vapor de água. Uma medida utilizada para identificar a quantidade de vapor de água no ar é a “umidade relativa do ar”.
A umidade relativa é calculada a parti da relação entre a quantidade de vapor que existe no ar e a quantidade máxima de vapor que poderia existir na mesma temperatura. Isso porque quanto mais quente o ar, maior sua capacidade em “reter” umidade. Quando o ambiente possui uma umidade relativa muito alta dificulta a transpiração do corpo humano e causa desconforto. Por outro lado, quando a umidade relativa está muito baixa o corpo humano perde água e se desidrata causando problemas nas vias respiratórias e nas mucosas.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o ideal é uma umidade relativa que gira em torno de 40 a 70%. O estado de atenção para a umidade relativa baixa começa aos 30%, no qual é recomendado evitar exercícios físicos entre 11h e 15h. Já o estado de emergência se inicia aos 12%, no qual se recomenda beber muita água, evitar esforço, evitar locais fechados com aglomerados de pessoas e umidificar o ambiente usando aparelhos ou toalhas molhadas.
Neste mês de maio, as chegadas de sistemas frontais (que trazem massas secas do polo sul) e a falta do transporte de umidade da Amazônia pelos Jatos de Baixos Níveis em direção ao centro/sul do país, proporcionou um tempo seco no centro-oeste e oeste do sudeste. Climatologicamente, esta condição é natural e se mantém ao longo do período outono/inverno nestas regiões.
Os brasileiros que moram no centro-oeste e sudeste do país devem ficar atentos para a baixa umidade relativa do ar nas próximas semanas. Crises de asma e infecções virais e bacterianas podem aparecer com maior frequência neste período. Além disso, o ar seco e estável ainda dificulta a dispersão de poluentes atmosféricos o que prejudica ainda mais a questão da saúde neste período.
A previsão para este final de semana mostra a chegada de mais uma frente fria pelo sul e sudeste do país. Após a passagem do sistema, mais ar frio e seco deve se estabelecer. No centro-oeste e no oeste de São Paulo a umidade pode ficar abaixo de 30% a partir de domingo. A umidade também pode ficar abaixo de 30% no sertão nordestino que já passou por seu período chuvoso este ano. Portanto, evite aglomerações, beba bastante água, fique atento a sinais de desidratação e infecções.