Chegamos ao pico da temporada de furacões com seis tempestades ativas

No dia 10 de setembro o chegamos, estatisticamente falando, ao pico da temporada de furacões de 2020. Hoje, 12 de setembro, 6 tempestades estão ativas no oceano Atlântico: três distúrbios tropicais, uma depressão tropical e duas tempestades tropicais (Paulette e Rene).

Temporada de furacões
Com o oceano Atlântico aquecido e as configurações perfeitas sobre o oceano Pacífico tropical, a temporada de furacões de 2020 está acima da média.

As tempestades tropicais Paulette e Rene estão localizadas sobre águas quentes do Atlântico norte em 26,8ºN 56,1ºW e 22,5ºN 43,5ºW, respectivamente. A tempestade tropical Paulette apresenta, neste momento, uma pressão de 987 hPa em seu centro, enquanto Rene alcançou 1004 hPa. Ambas as tempestades estão se movendo em direção a costa estadunidense, contudo não devem alcançar o continente.

Espera-se que Paulette se aproxime das ilhas Bermudas já classificada como furacão entre domingo e segunda-feira. As ilhas britânicas já lançaram alertas de chuva forte e ventos severos para a noite de domingo. As ilhas das Bahamas já estão sendo afetadas indiretamente por ondas geradas pela tempestade tropical Paulette. As ondas devem continuar se propagando e atingir o sudeste estadunidense durante o final de semana. Rene, um sistema menos intenso, deve perder força a partir de segunda-feira e se dissipar até terça-feira próximo da América Central.

Até agora nesta temporada, vimos 17 tempestades nomeadas. A média de uma temporada inteira é 12. No início da temporada, já havia previsões de que está seria uma temporada muito ativa em decorrência das configurações estabelecidas no oceano Pacífico. Além de uma temporada muito ativa, muitas tempestades quebraram recordes por serem as primeiras tempestades com nome. Por exemplo, Cristobal foi a primeira tempestade com a letra "C" na história. Hanna foi a primeira tempestade de letras "H".

La Niña oficialmente ativa

La Niña, traduzido do espanhol como “A menina”, é um fenômeno natural oceânico-atmosférico marcado por temperaturas superficiais do mar mais frias do que a média no Oceano Pacífico central e oriental perto do equador, o oposto é o El Niño (“menino” ), que apresenta temperaturas da superfície do mar mais altas do que a média naquela região.

A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) anunciou que houve confirmação que as condições do oceano Pacífico configuram um evento de La Niña. Durante a La Niña, os ventos fortes de oeste na atmosfera enfraquecem. Isso resulta em uma área expandida de baixo cisalhamento vertical do vento, permitindo que mais furacões no Atlântico se desenvolvam e permite a formação de furacões mais fortes.

Para os próximos meses, há 75% de chance de que o La Niña continue em vigor de dezembro de 2020 a fevereiro de 2021. Durante o inverno, La Niña normalmente traz precipitação acima da média e temperaturas mais frias do que a média ao longo da camada norte dos EUA, juntamente com precipitação abaixo da média e temperaturas acima da média no sul. Uma região de preocupação neste inverno (hemisfério norte) será o sudoeste, onde uma fraca monção de verão resultou em uma seca extrema.

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O último La Niña apareceu durante o inverno de 2017-2018, seguido pelo El Niño em 2018-2019. Quando nenhum dos padrões climáticos está presente, como vimos durante o inverno de 2019-2020, a Oscilação Sul do El Niño (ENSO) é neutra e não influencia os padrões climáticos globais.