China: terremoto deixa mais de 100 mortos e vários feridos no noroeste do país

Um terremoto atingiu a China na noite da segunda-feira (18), deixando um rastro de destruição. O número de mortos passa de 100 e são vários os feridos. Equipes de resgate correm contra o tempo para resgatar pessoas dos escombros.

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Terremoto na China danificou estradas e cortou linhas de energia e comunicação nas províncias de Gansu e Qinghai. Crédito: Chinatopix via AP.

O terremoto atingiu o noroeste da China, e foi sentido perto da meia-noite, horário local, pegando a população de surpresa. O sismo teve uma magnitude de 5,9 e profundidade de cerca de 10 km, considerada rasa de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS). Mas o Centro de Redes Sísmicas da China (CENC) deu uma leitura ligeiramente mais alta: uma magnitude de 6,2. O tremor durou quase 20 segundos e foi sentido até cerca de 100 quilômetros a nordeste do epicentro.

Terremoto causa destruição e mortes

O terremoto, que foi considerado o mais mortal do país em 9 anos, afetou principalmente as províncias de Gansu e Qinghai, deixando pelo menos 129 mortos e centenas de feridos, além de várias casas destruídas. Equipes de emergência correm contra o tempo para resgatar sobreviventes sob os escombros em meio a um clima frio com temperaturas abaixo de zero graus celsius.

No condado de Jishishan, em Gansu, o sismo danificou várias casas e estradas, e a emissora estatal CCTV afirmou que apenas ali 113 pessoas morreram e 536 ficaram feridas. Até agora, as equipes de resgate retiraram 67 pessoas dos escombros e fizeram uma operação para retirar outras 685 da província. Em Qinghai, até agora 13 pessoas morreram, 182 ficaram feridas e 20 ainda estão desaparecidas devido a um deslizamento de terra.

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Danos causados pelo terremoto no condado de Jishishan, na província de Gansu. Crédito: Agência AFP.

O fornecimento de água e eletricidade, bem como serviços de internet e comunicação em algumas áreas das províncias ficaram comprometidos, o que dificultou as operações de resgate. Segundo as autoridades locais, ao menos 4 mil bombeiros, policiais e soldados foram enviados para Gansu, levando tendas, camas dobráveis, cobertores e fogões portáteis.

No vilarejo de Dahe, uma das áreas mais atingidas de Gansu, muitas casas corriam o risco de desabar e mais de 155 mil já foram danificadas ou destruídas totalmente. Em ambas províncias de Gansu e Qinghai houve deslizamento de terra, desabamento de estruturas e estradas ficaram destruídas.

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Tendas levadas para os moradores em Gansu, que ficaram desabrigados após o terremoto. Crédito: Chinatopix via AP.

O evento ocorre em meio a um clima de frio intenso no país. A agência CCTV informou nesta terça-feira (19) que a temperatura mais baixa registrada durante a madrugada em Jishishan foi de 14 graus negativos. Wang Duo, um voluntário envolvido nos resgates, disse ao canal estatal China Newsweek que essas temperaturas representam o “maior desafio” para os resgates, já que encurtam o período (primeiras 72 horas) para encontrar sobreviventes.

"Tenho 70 anos e nunca senti um terremoto tão forte em minha vida. Não posso mais ficar nesta casa, porque é muito perigoso. Meus parentes foram levados para outro lugar", disse Ma Wenchang, uma moradora de Qinghai.

Segundo a agência de notícias estatal Xinhua, o presidente chinês Xi Jinping disse que as autoridades estão “fazendo tudo” para buscar sobreviventes e tratar feridos. O Ministério das Finanças e o Ministério de Gestão de Emergências alocaram 200 milhões de yuans (algo em torno de 137 milhões de reais) para a gestão de danos em Gansu e Qinghai.

Sismos secundários

O epicentro do terremoto está localizado perto da fronteira entre Gansu e Qinghai, uma região montanhosa no extremo leste do planalto tibetano. De acordo com o CENC, o primeiro tremor foi seguido por nove sismos secundários cerca de 10 horas depois do terremoto inicial — e o maior deles registrou magnitude de 4,1.

Vídeos postados nas redes sociais mostram o momento do tremor, como pode ser visto abaixo:

Os terremotos são relativamente comuns na área montanhosa do noroeste da China. Em setembro desse ano, 93 pessoas morreram em um terremoto de magnitude 6,8 que atingiu a província de Sichuan, no sudoeste do país.