Chuva de 1 mês em apenas 4 dias? Maceió está embaixo d'água!
Maceió, capital de Alagoas, está embaixo d'água, tudo isso porque o mês de agosto começou bastante chuvoso no leste nordestino. Em apenas 4 dias, foi acumulado o volume total esperado para o mês inteiro. Frente fria subtropical e cavados, saiba os motivos de tanta chuva.
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN) registrou em suas estações meteorológicas mais de 150 milímetros de chuva nas últimas 96 horas em Maceió, capital de Alagoas.
A cidade encontra-se embaixo d'água nos últimos dias devido a persistência das instabilidades que mantêm as nuvens carregadas e a precipitação com volumes elevados.
Vários pontos da cidade registraram alagamentos, transbordamentos, além de deslizamentos de terra. Das estações meteorológicos disponíveis, a área que mais acumulou chuva foi no bairro Cambona com 159,6 milímetros.
Consequências
Ruas e avenidas na Jatiúca e no bairro do Poço ficaram alagadas nesta última quinta-feira (05). Veículos e principalmente pedestres tiveram dificuldades de locomoção, e a Defesa Civil muito trabalho para manter a população em alerta sobre os riscos.
No bairro que mais registrou chuva segundo as estações do CEMADEN, Cambona, motoristas tiveram muita dificuldade para trafegar em pontos próximos à linha do trem por conta do excesso de água acumulada na pista.
A cidade universitária em Maceió, assim como Chã da Jaqueira, também foram bairros que registraram muita chuva, com volumes acima de 100 milímetros.
Um dos casos mais graves registrados até o momento foi o deslizamento de uma barreira no bairro do Feitosa. A terra que cedeu atingiu cinco casas, o que deixou uma mulher ferida ao ser soterrada. A boa notícia é que a mesma foi resgatada com vida e levada ao atendimento médico.
Causas
A chuvarada persistente foi provocada por diferentes instabilidades atmosféricas. Tudo começou com a passagem de uma frente fria subtropical. O sistema que avançou pela costa brasileira e conseguiu chegar até a altura do litoral nordestino organizar nuvens carregadas no dia 01 de agosto, o que já provocou chuva em toda a faixa leste da região, da Bahia ao Rio Grande do Norte.
No dia 02 de agosto, o sistema frontal se afastou, mas ainda manteve uma linha de instabilidade organizando nuvens carregadas e mantendo a chuva sobre o estado de Alagoas. Cidades costeiras como Maceió foram as que mais receberam chuva.
A partir do dia 03 de agosto até hoje, as nuvens carregadas foram consequências de cavados, linhas de instabilidades capazes de manter a chuva por um longo período em uma determinada região. Essas instabilidades, aliás, se formam em vários níveis da atmosfera, o que influencia também no potencial da precipitação.
Por conta de instabilidades persistentes é que a chuva não vem dando trégua na faixa leste nordestina. O somatório entre uma frente fria subtropical e instabilidades como cavados é perfeito para volumes tão expressivos como esses que foram registrados em Maceió nas últimas 96 horas.
Previsão de mais chuva
A pergunta que a população e a defesa civil se fazem é quando essa chuvarada toda vai passar.
Os modelos ainda apostam em chuva em toda a faixa leste da região Nordeste devido às instabilidades em altos níveis da atmosfera, assim como a circulação dos ventos úmidos que sopram do mar contra à costa.
Há previsão para pancadas de chuva pelo menos até o início da próxima semana, as quais ainda podem gerar volumes expressivos em algumas áreas.
Em Maceió segue o alerta para a população e entidades responsáveis, pois ainda que os volumes diminuam nos próximos dias, ainda deve chover, e por conta do solo já encharcado e do nível dos rios e córregos elevados, ainda podem haver deslizamentos de terra e transbordamentos com alagamentos.