“Chuva preta”: fenômeno atinge cidades no Rio Grande do Sul e assusta moradores
Conforme previsto aqui pela Meteored, o fenômeno conhecido como “chuva preta” foi registrado ontem (10 de setembro) em algumas cidades do Rio Grande do Sul, assustando moradores.
A “chuva preta” (ou “chuva negra”) ocorre quando a fuligem de fumaças, cinzas ou outras partículas se misturam com a água da chuva, deixando as gotas de chuva com uma coloração escura.
E conforme a previsão da Meteored divulgada recentemente, a “chuva preta” realmente aconteceu em algumas regiões do estado do Rio Grande do Sul, deixando os moradores alarmados.
O que aconteceu?
A “chuva preta” foi causada devido à fuligem presente na fumaça das queimadas que estão ocorrendo no Norte e Centro-Oeste do Brasil. Essas partículas poluentes se misturam com a precipitação, resultando na coloração escura observada.
Esse episódio foi registrado durante a passagem de uma frente fria associada a um ciclone extratropical que trouxe chuva ao estado gaúcho, após a atual onda de calor que afetou a região e que segue influenciando outras partes do país.
As informações são de que registros do fenômeno foram feitos nas cidades de Arroio Grande, Rio Grande e Pelotas, e circularam nas redes sociais ontem (10 de setembro), onde os moradores filmaram a água escura em baldes, poças e até piscinas.
Em Porto Alegre, a qualidade do ar atingiu níveis preocupantes nesta quarta-feira (11). Segundo a empresa suíça IQAir, a qualidade do ar da capital gaúcha foi classificada como “insalubre”, com a concentração de partículas PM2.5 (material particulado perigoso que têm diâmetro inferior a 2,5 micrômetros) chegando a ser quase 12 vezes maior do que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Mas antes de ocorrer aqui no Brasil, a “chuva preta” foi registrada no Uruguai, nos departamentos de Cerro Largo e Rocha, próximos à fronteira com o Rio Grande do Sul. O país vizinho também estava coberto por fumaça das queimadas e teve registros da chuva escura durante a passagem da frente fria pela região.
Espera-se que a “chuva preta” seja registrada em outras cidades do Rio Grande do Sul, como também nos estados de Mato Grosso do Sul e de São Paulo nos próximos dias, à medida que a frente fria avança para essas regiões.
Efeitos visíveis da “chuva preta”
A “chuva preta” pode deixar uma camada de sujeira nas superfícies, como prédios, calçadas, veículos e demais infraestruturas, o que pode levar à degradação dos materiais e aumentar os custos de manutenção, no caso de uma exposição duradoura.
Além disso, a “chuva preta” é um indicador de altos níveis de poluição atmosférica e geralmente é observada em locais próximos a áreas industriais, queimadas ou onde há intensa queima de combustíveis fósseis.
Recomendações para a população
Devido ao ar carregado de fumaça das queimadas, com material particulado prejudicial à saúde, as orientações dos órgãos de saúde para a população são:
- Beber bastante água para manter as vias respiratórias úmidas;
- Buscar atendimento médico em caso de sintomas respiratórios;
- Se precisar sair de casa, usar máscara no rosto, em especial pessoas com condições crônicas;
- Evitar atividades ao ar livre;
- Evitar ambientes abertos, e manter portas e janelas fechadas para minimizar a entrada da poluição;