Chuvas intensas e estragos marcaram a semana pelo Brasil
Desde o início da semana, inúmeras cidades brasileiras sofreram com as fortes chuvas. Os sistemas meteorológicos que atuaram durante a semana tem diferentes origens para cada parte do país, mas pareciam atuar em conjunto para gerar transtornos urbanos. Só no Rio de Janeiro foram 10 mortes.
No início da semana, a chegada de um sistema frontal ao sudeste do Brasil começou a gerar transtornos devido as fortes chuvas. O sistema frontal se deslocou pelo litoral carioca e acoplou-se a uma zona de convergência de umidade que se formou desde o estado do Rio de Janeiro até a Amazônia. O centro-oeste também foi afetado.
Ao longo da semana, os sistemas convectivos se deslocaram em direção ao sul da Bahia. Na quinta-deita (11), a chuva forte causou transtornos e alagamentos na madrugada na cidade de Itapetinga, no sudoeste da Bahia. De acordo com a prefeitura do município, a chuva foi a mais forte do ano. Em duas horas, choveu cerca de 155 mm.
Já no norte do nordeste brasileiro, a Zona de Convergência Intertropical provocou chuvas torrenciais principalmente no Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte. Em Ipanguaçu (RN), foi registrado 61,6mm de chuva em 3 horas, com volume de 61,6mm, de acordo com dados do INMET.
Ao longo da semana foram registrados mortes, desabamentos, alagamentos, fechamento de vias e escolas, entre outros problemas, em decorrência das chuvas. Durante a semana, alguns casos se destacaram, confira abaixo.
Rio de Janeiro
Nesta quinta-feira (11), a prefeitura do Rio de Janeiro decretou Estado de Calamidade Pública por causa da chuva intensa. O temporal que atingiu a capital fluminense a partir do fim da tarde de segunda (8) causou a morte de 10 pessoas. Segundo o Alerta Rio, órgão da Prefeitura, foi a chuva mais forte dos últimos 22 anos.
Houve deslizamentos de terra, ruas alagadas e carros ficaram boiando na água em bairros das zonas Sul e Oeste. O estágio de crise começou às 20h55 de segunda-feira e permanecia na manhã desta quinta, quase 60 horas depois, quando a Região Metropolitana do Rio ainda vivia os impactos do temporal e sete vias da capital permaneciam interditadas.
Ceará
No Ceará, a chuva acumulada nos 12 primeiros dias de abril na região do Cariri já é maior que a metade da média para todo o mês, segundo informações preliminares da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).
O município que registrou maior volume nestes últimos dez dias foi Crato. A cidade já recebeu 264,8 milímetros, quando o normal é de 196,2 milímetros. Um desvio positivo de 35%. Em seguida aparece o município de Abaiara, que computou até agora 200 milímetros; o esperado é de 167 milímetros. Um percentual de 19,8% acima do normal.
Piauí
O Rio Parnaíba subiu 23 centímetros e a cheia afetou 261 famílias em Luzilândia, Norte do Piauí. Duas comunidades da zona rural se encontram isoladas, porque o rio invadiu as estradas vicinais, e bloqueou a estrada que dá acesso as regiões do Ilha do Capeta e Uruega. A prefeitura decretou estado de emergência no município. Nos bairros Igarapé e Coroa, a situação é mais preocupante. A água invadiu praticamente todas as casas.
Goiás
Em Goiânia (GO), ruas ficaram alagadas, atravancando o trânsito, e a água chegou a entrar em casas e em um colégio. Segundo os dados do Sistema de Meteorologia e Hidrologia do Estado de Goiás (Simehgo), na segunda-feira choveu 100 milímetros em alguns pontos de Goiânia. O volume esperado para abril é de 130 milímetros e o acumulado até agora foi de 122 milímetros, ou seja, nesses primeiros dias do mês já choveu 94% do que era esperado em abril.