Chuvas severas continuam assolando o Rio Grande do Sul, com rios e barragens em estado crítico. Confira imagens
425 dos 497 municípios gaúchos já foram afetados pelas chuvas fortes. As chuvas continuam sem trégua, causando a enchente de diversos rios e deixando barragens sob risco de rompimento.
O último boletim da Defesa Civil do Rio Grande do Sul mostra que as tragédias no estado gaúcho ainda continuam. Subiu para 107 o número de mortos em razão das condições de tempo severo. No momento, há 1 óbito sendo investigado, 136 desaparecidos e 374 feridos.
425 dos 497 municípios gaúchos já apresentaram com algum relato de problema relacionado às fortes chuvas, com quase um 1,5 milhão de pessoas afetadas. Dos desalojados, que já chegam a um total de 232 mil pessoas, 67.542 estão em abrigos e 164.583 estão nas casas de familiares ou amigos.
Infelizmente, pessoas que já foram resgatadas de áreas alagadas, inundadas ou que correm o risco de deslizamentos ainda não podem voltar para suas casas, especialmente na região metropolitana de Porto Alegre. Continua o risco de deslizamentos e enchentes nos próximos dias, e a situação caótica ainda traz riscos altos de contaminação por doenças.
O fato de que as chuvas não estão dando trégua dificulta os trabalhos de resgate e salvamento. Autoridades e voluntários precisaram interromper os trabalhos em Porto Alegre durante a tarde de quarta-feira, e a situação pode acontecer novamente nos próximos dias.
Muitos dos principais rios do Estado continuam em situação crítica. O nível do Rio Guaíba, por exemplo, ainda está acima dos 5 metros – sendo que o limite capaz de causar inundações é de apenas 3 metros. Mesmo sem chuvas, o rio continuará acima da cota de inundação pelo menos até a próxima semana, e o seu nível pode acabar voltando ao normal só no final de maio.
Além disso, pelo menos cinco barragens gaúchas apresentam grande risco de rompimento, três delas no múnicípio de Bento Gonçalves. As autoridades do Estado estão promovendo a retirada imediata de pessoas nas áreas de risco. As barragens são:
- Barragem de São Miguel (Bento Gonçalves)
- Barragem do Arroio Barracão (Bento Gonçalves)
- UHE 14 de Julho (Cotiporã / Bento Gonçalves)
- Barragem Saturnino de Brito (São Martinho da Serra)
- PCH Salto Forqueta (São José do Herval / Putinga)
Como se já não bastasse, a infraestrutura do Estado segue em colapso devido ao tempo severo. Entre alguns dos destaques mais graves, estão:
- Diversas estradas continuam com bloqueio total ou parcial.
- O aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, segue fechado e sem previsão de retorno.
- Apenas quatro das oito estações de tratamento de água estão em funcionamento em Porto Alegre, e 80% da população da capital está sendo afetada por falta de água tratada.
- 13 municípios ainda estão com a energia completamente desligada e oito cidades estão parcialmente desligadas por segurança.
- De acordo com a CEEE Equatorial, 198 mil clientes estavam sem energia em sua área de concessão nesta quarta-feira (08).
O governo federal informou que já destinou R$ 1,6 bilhão de reais ao Estado entre liberação de emendas parlamentares, recursos para auxílio social, aquisição de alimentos, garantia de energia, entre outras iniciativas.
No entanto, de acordo com o governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB), a reconstrução do Rio Grande do Sul pode custar ao menos 19 bilhões de reais segundo um cálculo inicial. Leite ressaltou que “o efeito das enchentes e a extensão da tragédia são devastadores.