Chuvas torrenciais causam mortes e destruição na Venezuela
Chuvas intensas atingiram o Oeste da Venezuela esta semana, afetando diretamente 54 mil pessoas, destruindo cerca de 8 mil casas, e causando a morte de 20 pessoas.
Nos últimos dias, chuvas intensas atingiram o oeste da Venezuela - especialmente a região do Valle del Mocotíes, que fica no estado de Mérida. Chuvas ininterruptas e intensas causaram deslizamentos e enchentes em 11 estados do país.
Ao todo, as chuvas torrenciais destruiram cerca de 8 mil casas e causaram a morte de 20 pessoas. Deslizamentos danificaram e bloquearam estradas em várias cidades, dificultando o acesso de veículos comuns e equipes de resgate. Estima-se que pelo menos 54 mil pessoas foram diretamente afetadas pelo fenômeno, de acordo com o ministro venezuelano Remigio Ceballos.
Imagens e vídeos divulgados nas redes sociais nos últimos dias mostram veículos sendo arrastados pela água e ruas completamente bloqueadas por lama, galhos, destroços e móveis. Cidades estão sem fornecimento de água potável, energia e serviços de telefonia.
Além de Mérida, as chuvas também afetaram outras regiões da Venezuela, incluindo a capital, Caracas. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia e Hidrologia (Inameh), pelo menos seis estados estão em alerta para aumento da vazão dos rios. Apure, Amazonas e Falcón seguem em alerta amarelo, menos grave, enquanto Bolívar, Guárico e Zulia estão em alerta vermelho.
Em 2005, a Venezuela já havia sofrido com um caso parecido - chuvas intensas deixaram mais de 60 mortos em todo o país. De acordo com comunicados do governo Venezuelano, este ano os acumulados de chuva totais no país já ultrapassam em 65% o normal esperado. Há cerca de 12 mil socorristas trabalhando para ajudar os afetados.
Em entrevista à AFP, o padre católico José Luis Toro disse que a situação no país é delicada. Antes das chuvas, a região já sofria com cortes de energia que duravam várias horas e escassez de combustível, que impossibilitava, por exemplo, a manutenção de serviços básicos.
De acordo com moradores, os comércios que restaram não estão abertos e há uma preocupação intensa com a falta de alimentos. A Igreja Católica lançou uma campanha de arrecadação de água, roupas em bom estado, remédios, produtos de higiene pessoal e alimentos não perecíveis, que estão sendo recebidos em paróquias de todo o país.
Previsões indicam que pancadas de chuva continuarão se formando em toda a Venezuela ao longo dos próximos dias, o que pode piorar ainda mais a situação do país.