Ciclone Bomba não é um risco! Entenda os efeitos de fato

O sistema com formação explosiva está se deslocando do leste da Argentina em direção ao Oceano Atlântico e se intensificará até formar ventos próximos aos de um Furacão - Mas não representa nenhum risco direto para o Brasil.

Ciclone Bomba se formando no Atlântico é um risco para o Brasil?
O sistema explosivo se intensificará e seus ventos atingirão velocidades próximas aos de um Furacão, mas não representa risco direto para o Brasil.

A formação de um ciclone bomba virou manchete em diversos veículos de imprensa. O sistema começou a se formar na Argentina e está se afastando para o Sul rapidamente, através do oceano Atlântico.

O sistema atingirá valores de pressão atmosférica extremamente baixos e seus ventos resultantes podem atingir velocidades muito próximas às de um furacão quando estiver mais distante do continente sul-americano.

Ciclone bomba é um ciclone cuja pressão cai mais do que 24 hPa em menos de 24 horas. Essa queda de pressão é muito mais rápida e intensa que o normal, o que forma rajadas de vento extremas.

Até o final do dia, o sistema já terá se deslocado até a altura das Ilhas Malvinas, e alcançará as ilhas Geórgia do Sul e Sandwich do Sul na quinta-feira (28), quando seus ventos podem chegar a valores próximos de 200 km/h. Mas afinal, o sistema representa algum risco para o Brasil?

Quais os riscos que o Brasil corre com o ciclone bomba?

Entre Junho e Julho de 2020, um ciclone bomba se formou no Sul do Brasil e o tempo severo causado pela sua atuação deixou ao total 13 mortos no Sul do Brasil, além de causar grandes danos no sistema de distribuição de energia elétrica.

Os eventos extremos de precipitação na Região Sul do Brasil não estão associados ao ciclone bomba e sim a uma frente fria.

Desta vez, no entanto, o sistema se forma a uma distância muito maior do país, o que significa que não representa um grande risco para nós. Seus efeitos no Brasil serão similares aos causados por outro sistema intenso, porém não-explosivo.

O ciclone está formando uma frente fria que já está causando tempestades severas entre o Centro da Argentina e o Uruguai, e devem atingir também o Rio Grande do Sul ainda hoje, causando tempo severo especialmente na região de Campanha e no Sul do Estado.

Gradualmente, o sistema frontal se moverá para Norte, atingindo as demais cidades do Rio Grande do Sul e também Santa Catarina, onde causará chuvas até sexta-feira. Os maiores volumes de chuva, no entanto, serão registrados em território gaúcho.

Por isso, apesar deste ciclone bomba em si não representar nenhum perigo para o país, o Rio Grande do Sul segue sob alerta, e há risco de cortes na energia elétrica, estragos em plantações, queda de árvores e alagamentos entre esta quarta (27) e quinta-feira (28).