Ciclone Chalane atinge Madagascar e ameaça Moçambique
O ciclone tropical Chalane atingiu Madagascar entre sábado e domingo provocando a morte de 26 pessoas! Agora o ciclone segue sua trajetória para oeste pelo Oceano Indico, se reorganizando e ganhando forças antes de atingir Moçambique nessa quarta-feira.
Um ciclone tropical, denominado Chalane, atingiu Madagascar na noite de sábado (26), no horário local, causando enchentes e mortes. Esse é o primeiro ciclone tropical da atual temporada de ciclones do Oceano Indico Sul a atingir o continente.
No dia 19 de dezembro meteorologistas de diversos países começaram a monitorar uma zona de distúrbios tropicais no meio do Oceano Indico Sul. Na quarta-feira (23) o sistema foi classificado como depressão tropical e continuou se fortalecendo até se estabelecer como uma tempestade tropical moderada na manhã de quinta-feira (24), recebendo o nome de Chalane.
Devido a sua passagem por uma região de forte cisalhamento do vento, ao manter sua trajetória para oeste, Chalane enfraqueceu e voltou ao status de depressão tropical na sexta-feira (25). O sistema atingiu a costa nordeste de Madagascar, perto de Mahavelona, no sábado (26), trazendo ventos fortes e chuvas torrenciais. Em Toamasina, cidade na costa centro-leste do país, 203 mm de chuva caíram num período de apenas 24h entre sábado e domingo (27).
Esses grandes acumulados de chuvas causaram grandes enchentes pelo país. Informes iniciais indicam que pelo menos 26 pessoas morreram em decorrência da passagem de Chalane por Madagascar, sendo que 18 delas morreram num mesmo acidente, quando um grupo de pessoas tentava atravessar um rio que havia transbordado.
Apesar de já ter atravessado Madagascar e agora estar viajando para oeste sobre o Canal de Moçambique, Chalane deve continuar levando chuvas torrenciais ao país até hoje, mantendo a ameaça de enchentes e deslizamentos de terra. Novos acumulados da ordem de 100 a 200 mm são esperados.
Agora Moçambique se prepara para a chegada de Chalane, que voltou a ganhar forçar no Canal de Moçambique graças as condições favoráveis que encontrou sobre a região (águas quentes e baixo cisalhamento do vento), passando para a categoria de tempestade tropical severa, com rajadas de vento que chegam a 130km/h, uma força equivalente a um furacão de categoria 1 no oceano Atlântico.
Chalane deverá atingir a parte central de Moçambique na quarta-feira (30), próximo a cidade litorânea de Beira, na província de Sofala, uma região que foi duramente atingida e ainda tenta se recuperar do impacto do Ciclone Idai, em março de 2019.
Uma pequena região da costa poderá sofrer com ventos fortes dependendo da intensidade com que o ciclone atingirá o continente, porém, assim como foi em Madagascar, as maiores ameaças são as chuvas fortes e enchentes. Alguns locais poderão registrar acumulados superiores a 100 mm num período de 24 horas.
O presidente moçambicano, Filipe Nyusi, pediu à população que abandone as zonas consideradas de risco e alertou que, num cenário pessimista, 4 milhões de pessoas poderão ser afetadas pelo ciclone.
Esse é o primeiro ciclone tropical da temporada de ciclones do sudoeste do Oceano Indico a tocar a terra, mas é o terceiro sistema tropical nomeado da temporada, sendo os outros: Ciclone Tropical Alicia e Tempestade Tropical Severa Bongoyo, ambos permaneceram sobre o oceano aberto durante todo seu período de vida. A temporada começou oficialmente em 15 de novembro e terminará em 30 de abril de 2021.