Cidade do interior de Roraima é eleita a pior de todas do Brasil para se viver
O Índice de Progresso Social avalia a qualidade de vida e o desempenho socioambiental dos municípios brasileiros. No seu último relatório, uma cidade do interior de Roraima foi a que teve o pior desempenho. Saiba mais aqui.
O Índice de Progresso Social (IPS) é uma ferramenta de gestão territorial baseada em dados públicos que fornece uma avaliação detalhada e abrangente da qualidade de vida e do progresso social e ambiental dos municípios ao redor do planeta. Ele é realizado para diversos países, mas o Brasil teve sua primeira edição divulgada este ano; a partir de 2024, o IPS será atualizado anualmente no país.
No relatório do IPS Brasil, divulgado em julho deste ano, dos 5.570 municípios brasileiros, um município localizado no interior do estado de Roraima foi o que teve a pior classificação, sendo eleito o pior de todos do Brasil para se viver.
Descubra abaixo que município é este e outras informações relevantes deste relatório.
A pior cidade do Brasil para viver
Segundo o IPS Brasil, a pior cidade do país para se viver é Uiramutã, localizada no extremo norte de Roraima, na fronteira com a Venezuela e a Guiana. Ou seja, a cidade tem a menor qualidade de vida de todas.
A pontuação de desempenho do IPS varia em uma escala de 0 a 100, sendo que mais próximo de 100 tem-se as melhores qualidades de vida. Uiramutã obteve a menor pontuação de todas: 37,63.
Fundada em 1995, Uiramutã enfrenta uma série de desafios que impactam a qualidade de vida de sua população. Embora rica em paisagens naturais como campos abertos e cachoeiras, enfrenta problemas socioeconômicos severos.
Fatores que fazem a cidade ter a pior qualidade de vida do país
As condições de habitação são alarmantes. A cidade tem sérias deficiências em serviços básicos essenciais como coleta de lixo e iluminação pública, e a precariedade das moradias. A educação também enfrenta problemas, com acesso limitado e infraestrutura deficiente. A falta de um sistema educacional eficiente prejudica o desenvolvimento socioeconômico, o que reforça a pobreza e exclusão social na cidade.
Uiramutã também tem problemas no acesso a serviços jurídicos e na proteção das minorias. Sua população enfrenta pesadas barreiras para garantir seus direitos básicos ou obter proteção legal adequada. Sobre a saúde pública, a taxa de mortalidade infantil é alarmante, com 25 óbitos por mil nascimentos, muito acima da média nacional de 16.
Ainda, a cidade possui uma das menores rendas per capita do país (R$ 13.069,30 em 2021). E com apenas 2,74% da população empregada, as desigualdades sociais e econômicas se intensificam.
Outros dados relevantes do IPS Brasil 2024
O ranking dos municípios com os melhores e piores desempenhos no IPS revelou um grande contraste entre a Amazônia Legal, onde se concentra a maioria dos municípios críticos com índices baixos, e a região Sudeste, onde estão os municípios com os maiores índices, conforme pode ser observado na imagem abaixo.
Uma observação: a Amazônia Legal é uma região do país que foi delimitada por lei para fins de desenvolvimento e controle, e compreende os estados: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão.
No outro extremo, o município com a melhor qualidade de vida é Gavião Peixoto, no estado de São Paulo (pontuação de 74,49). Em relação aos estados, o que lidera na média de pontuação dos municípios é o Distrito Federal, seguido por São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Minas Gerais. E o estado com a pior classificação é o Pará (53,20), como pode ser visto na figura abaixo.
Entre as capitais, a cidade com melhor qualidade de vida é Brasília (pontuação de 71,25), seguida por Goiânia (70,49), Belo Horizonte (69,62), Florianópolis (69,56) e Curitiba (69,36). A capital com a pontuação mais baixa é Porto Velho (57,10), em Rondônia.
Referência da notícia:
IPS Brasil. “Índice de Progresso Social Brasil 2024”. 2024.