Cientistas dinamarqueses revelam que tintas para tatuagens podem aumentar o risco de câncer de pele
As tatuagens estão mais populares do que nunca, mas um estudo recente revelou um efeito colateral potencialmente alarmante: um risco aumentado de câncer de pele e linfoma. Você sabe por que isso acontece?

As tatuagens são uma forma de expressão pessoal há séculos, mas um estudo realizado por pesquisadores da Universidade do Sul da Dinamarca sugere que elas podem ter consequências inesperadas para a saúde. De acordo com pesquisas, a tinta de tatuagem pode estar associada a um risco maior de câncer de pele e linfoma devido ao acúmulo de partículas de tinta nos gânglios linfáticos.
A tinta não fica apenas na pele
Muitas pessoas escolhem cuidadosamente o desenho da tatuagem, mas raramente consideram os efeitos a longo prazo dos pigmentos em seus corpos. Uma das principais preocupações levantadas por este estudo é que a tinta não permanece na pele, mas pode migrar para outras partes do corpo, especialmente os gânglios linfáticos.
Asociación de tatuajes con linfoma y cáncer de piel.
— Ramiro Esparza (@docramiro) March 5, 2025
️Linfoma 2.73 veces más en tatuajes grandes
️ Cáncer de piel 1.62 veces más en tatuajes de cualquier tamaño, 2.37 veces en tatuajes grandes
Análisis de estudio de cohorte y segundo de casos y controles en gemelos.
Referencia: pic.twitter.com/AZNIiY2Oto
O sistema linfático é uma parte essencial do sistema imunológico, responsável por combater infecções e filtrar substâncias nocivas. Quando a tinta da tatuagem entra nos gânglios linfáticos, ela pode causar inflamação crônica, o que, com o tempo, pode aumentar o risco de células cancerígenas anormais e o desenvolvimento de linfoma.
O tamanho da tatuagem importa
Os resultados também indicam que o risco de desenvolver linfoma é maior em pessoas com tatuagens grandes, definidas no estudo como aquelas maiores que a palma da mão. Na verdade, a taxa de linfoma em indivíduos com tatuagens grandes é quase três vezes maior em comparação àqueles sem tatuagens.

Isso reforça a ideia de que quanto mais tinta se acumula nos gânglios linfáticos, maior o impacto no sistema imunológico. No entanto, os pesquisadores enfatizam que mais estudos são necessários para entender melhor os mecanismos biológicos envolvidos.
A cor da tinta importa?
Embora o estudo não estabeleça uma relação clara entre cores específicas de tinta e risco de câncer, alguns pesquisadores sugerem que alguns pigmentos podem ser mais problemáticos do que outros. Por exemplo, a tinta vermelha tem sido associada a um risco aumentado de reações alérgicas e pode conter substâncias potencialmente tóxicas.
Os pesquisadores agora planejam examinar o impacto das partículas de tinta na função dos gânglios linfáticos em nível molecular. Eles também estão tentando determinar se certos tipos de linfoma estão mais intimamente ligados a tatuagens.
À medida que a pesquisa avança, espera-se que os reguladores de saúde estabeleçam regulamentações mais rigorosas sobre a composição das tintas de tatuagem. Alguns produtos químicos presentes em tintas podem ser restringidos ou proibidos se seu potencial efeito cancerígeno for confirmado. Além disso, avisos poderiam ser implementados em estúdios de tatuagem para informar os clientes sobre os riscos associados.

Em alguns países da União Europeia, certos ingredientes em tintas de tatuagem já começaram a ser regulamentados devido a preocupações sobre sua toxicidade. Esses tipos de medidas podem se tornar mais comuns no futuro se os estudos continuarem a revelar evidências de potenciais riscos à saúde.
Referências da notícia
Clemmensen, S. B., Mengel-From, J., Kaprio, J., Frederiksen, H. et al. (2025). Tattoo ink exposure is associated with lymphoma and skin cancers – a Danish study of twins. BMC Public Health.