Colapso do clima no Brasil: NASA aponta para risco de calor letal em regiões do país

Projeções da NASA mostram que algumas regiões do planeta podem se tornar inabitáveis devido ao aquecimento global. O Brasil está na lista!

Calor
Projeções da NASA indicam as regiões do mundo mais propensas à eventos de calor extremo. Foto: Nicolò Campo/LightRocket/Getty Images

Por 12 meses seguidos (junho de 2023 a maio de 2024), a temperatura média global atingiu um valor recorde para o mês correspondente, segundo a Copernicus Climate Change. Em maio de 2024, a temperatura média global foi 0,65°C acima da média de 1991-2020 e 1,52°C acima da média pré-industrial de 1850-1900.

A temperatura média global dos últimos 12 meses (junho de 2023 a maio de 2024) é a mais alta já registrada, 0,75 °C acima da média de 1991-2020 e 1,63 °C acima da média pré-industrial de 1850-1900.

No ano passado, cada virada do calendário aumentou a temperatura e o nosso planeta está tentando nos dizer algo, mas parece que não estamos ouvindo, disse António Guterres, Secretário Geral das Nações Unidas.

A Atualização Climática Global Anual para a Decadal da Organização Meteorológica Mundial (OMM) afirma que há 80% de probabilidade de pelo menos um ano entre 2024 e 2028 exceder temporariamente 1,5 °C, e 47% de probabilidade de que a temperatura global média ao longo de todo o período de cinco anos de 2024-2028 exceda 1,5 °C acima da era pré-industrial.

Estamos nos aproximando do colapso climático, aponta NASA

Um estudo realizado pela Agência Espacial Americana (NASA) com base em dados de satélite revelou um cenário preocupante para os próximos 50 anos. A NASA mostra quais são as 5 regiões do planeta mais perigosas e propensas a passarem por eventos de calor extremo, tornando inabitável até 2050. O panorama atual de temperaturas globais atingindo novos recordes a cada mês deixa bem claro que estamos enfrentando uma crise climática.

A tolerância máxima de um ser humano a uma temperatura de bulbo úmido é de 35°C por seis horas, porém, a NASA registrou inúmeras ocorrências ultrapassando esse valor, principalmente no Paquistão e no Golfo Pérsico. A temperatura de bulbo úmido é a temperatura que se sente quando a pele está molhada e exposta a elevados níveis de umidade relativa do ar.

Em condições muito úmidas, o suor tende a evaporar lentamente e, às vezes, nem evapora. Se o corpo não puder esfriar, ele acabará superaquecendo, o que pode provocar problemas respiratórios e cardiovasculares.

Sul da Ásia:

Essa região já está sofrendo com o aquecimento global, visto que algumas áreas ultrapassaram o nível crítico de temperatura do bulbo úmido nos últimos 15 anos. E tais condições tendem a piorar nos próximos 20 anos, expondo milhões de pessoas em risco.

Golfo Pérsico:

A combinação do calor extremo e da alta umidade pode tornar esta região inabitável em alguns anos, uma vez que países localizados no Golfo Pérsico já enfrentam intensas ondas de calor e extensos períodos de seca.

Costa do Mar Vermelho e Leste da China:

Em ambas regiões, o índice de bulbo úmido estará alto demais para sobreviver até 2070. À medida que a temperatura do bulbo úmido se aproxima da sua temperatura interna, você perde a capacidade de se resfriar, provocando mudanças no corpo humano e estresse no sistema cardíaco.

Brasil:

A parte central do país e a região Amazônica tendem a sofrer um aumento drástico na temperatura e umidade até 2070. Nos últimos meses, observamos uma frequência e intensidade maior de eventos de onda de calor, principalmente na região central, além do norte do país, no qual vem sofrendo com uma seca histórica.

Tais aspectos evidenciam um futuro preocupante, em que o aquecimento global coloca em risco a sobrevivência e a qualidade de vida dos seres humanos.