Com o El Niño iminente, a ONU começa a preparar ações de mitigação para seca e cheias

A chegada iminente do El Niño poderá intensificar a seca já instalada em diversas partes do mundo e, assim, contribuir ainda mais para a insegurança alimentar desses locais. Saiba mais aqui!

seca; insegurança alimentar
Há locais onde as populações têm que cavar buracos nos leitos dos rios, de forma a tentarem encontrar água.

Os efeitos resultantes do El Niño apontam para a falta de chuva no sul da África, América Central e Extremo Oriente Asiático, resultando em uma crescente insegurança alimentar. Desta forma, a Food and Agriculture Organization (FAO), das Nações Unidas, prepara um plano para reduzir estes efeitos.

Análise de risco e consequências deste fenômeno

Com o número recorde e crescente de pessoas em situação de insegurança alimentar aguda, a FAO identificou as partes do mundo mais vulneráveis ao El Niño e as medidas que podem ser tomadas para mitigar os riscos.

Após três anos de presença prolongada, La Niña deixou o cenário atmosférico global, dando lugar a uma transição para o El Niño, um evento climático que normalmente distribui padrões climáticos na direção oposta.

Isto é, se com La Niña as temperaturas da superfície do oceano diminuem, com o El Niño estas aumentam, resultando em uma série de alterações a nível atmosférico e, consequentemente, meteorológico e climático.

youtube video id=WPA-KpldDVc

Embora possa ser um alívio para algumas regiões afetadas pela seca, como o Chifre da África, este fenómeno pode resultar em problemas para outras partes da África, América Central e Extremo Oriente Asiático.

Algumas áreas do norte da América do Sul também estão a ser ameaçadas por uma seca potencial, enquanto na Austrália as chuvas têm tendência a diminuir, com a chegada do El Niño.

Embora a precipitação seja um alívio para os agricultores na Argentina e no Oriente, o El Niño pode causar graves inundações, o que pode acabar por prejudicar a agricultura, de igual forma, e contribuir para o aumento do risco de doenças.

Este é um risco particular que a FAO examinou em relação à África Oriental, onde os défices de chuva causados durante quatro anos poderão levar muito tempo a recuperar, mesmo que esta volte.

Mitigação pela FAO

Tendo em conta que as previsões mais recentes aumentaram a probabilidade de um evento El Niño já a partir de junho, a FAO começou a implementar os primeiros preparativos para apoiar os países afetados.

Segundo o agrometeorologista da FAO, Oscar Rojas, as previsões são claras, mas são feitas com menor confiança, devido à baixa potência do fenômeno, durante o período entre maio e julho.

Os eventos de El Niño geralmente ocorrem entre cada dois a sete anos, com episódios de La Niña e condições neutras nos anos intermediários. - ONU

O El Niño tem uma grande influência sobre as temperaturas e chuvas em muitas partes do mundo, causando eventos climáticos extremos, incluindo secas, inundações e tempestades.