Com pior onda de calor em 147 anos, Japão registra mortes
Há 147 anos não se via uma onda de calor tão intensa no Japão. Devido as altas temperaturas, internações e mortes foram registradas no país nesses últimos dias. Saiba mais.
O Japão tem enfrentado a pior onda de calor com temperaturas que não eram registradas há cerca de 147 anos, desde que foram iniciados os registros climáticos em 1875. Com o calor extremo, o país vem notificando diversas complicações como queda de energia, internações e até mesmo mortes.
O número de casos de insolação com necessidade de hospitalização disparou no país após temperaturas máximas ficarem acima dos 35°C como aconteceu em Tóquio na última quarta-feira (29), e sendo o quinto dia consecutivo. Temperaturas ainda mais elevadas foram registradas a noroeste da capital asiática, na cidade de Isesaki com um recorde de 40,2°C, sendo a temperatura mais alta já registrada para um mês de junho no Japão.
A Agência Meteorológica do Japão (AMJ) declarou o fim do período chuvoso em Tóquio e sua região, porém, o que chamou a atenção foi que o término foi adiantado. O clima quente fez com a estação chuvosa terminasse cerca de 22 dias antes do previsto para a época do ano. Além disso, as autoridades responsáveis alertaram que o calor deve persistir.
Calor extremo no Japão
O calor extremo com temperaturas ultrapassando até mesmo a casa dos 40°C no Japão fez com casos de hospitalização por insolação explodissem no país. Em torno de 76 pessoas já estão recebendo cuidados médicos devido ao calor intenso e 12 pessoas já vieram há óbito, segundo informações dos serviços de saúde do país.
Além de toda a problemática com a saúde da população, o país tem tomado decisões para evitar uma verdadeira crise com possível escassez de energia elétrica, o que fez com que os responsáveis pedissem aos habitantes de Tóquio que reduzissem ao máximo o gasto de energia.
O que se sabe até o momento é que fora recomendada uma redução com cerca de 37 milhões de cidadãos da capital durante um período de três horas a partir das 15h (horário local), porém, devido ao calor intenso, o uso de ar-condicionado segue liberado na tentativa de reduzir o risco de insolação, especialmente em pessoas de maior idade.
Fumio Kishida, primeiro-ministro do Japão, disse que o governo ativará reatores nucleares para aumentar o fornecimento de energia a população. No entanto, a maioria das usinas nucleares estão desativadas, mesmo assim, houve uma promessa de acelerar o processo para reiniciá-las o mais rápido possível em prol dos japoneses e estrangeiros que ali vivem.
Entenda a crise energética
Desde o mês de março, após o país ser atingido por um terremoto, o Japão enfrenta dificuldades no fornecimento de energia. Uma crise energética foi instalada após o país japonês ser forçado a suspender a atividade de algumas usinas nucleares devido ao risco com os tremores. Além disso, diversas usinas de combustível fóssil foram fechadas para reduzir as emissões de dióxido de carbono.
Muito se fala há anos das mudanças climáticas e quais impactos elas provocam no clima do planeta, nos eventos extremos, nas "tragédias naturais". O homem vai provocando mudanças e o planeta vai respondendo, é uma equação bem simples, porém, muitos ainda fecham os olhos para a problemática.
Eventos extremos como as ondas de calor se tornaram mais frequentes, mais duradouras e até mesmo mais intensas em torno do globo por conta dessas mudanças climáticas, do aquecimento global.
O relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM) das Nações Unidas mostra que o planeta já sofreu um aquecimento de 1,1°C desde o início da era industrial, e o pior, que essa temperatura vai continuar subindo se os governos de todos os países não fizerem cortes acentuados na emissão de gases poluentes.