CONAB revê safra de café: produção pode cair 6,8% devido ao clima
A CONAB revisou suas projeções para a safra de café 2024/25, indicando uma queda de 6,8% na produção devido às condições climáticas adversas, como estiagens e calor extremo, que afetaram principalmente Minas Gerais e outras regiões produtoras.
A Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) divulgou seu terceiro levantamento sobre a safra de café 2024/25, apontando uma redução de 6,8% nas projeções devido às condições climáticas adversas que impactaram o desenvolvimento das lavouras. A estimativa atual prevê uma produção total de 54,79 milhões de sacas, abaixo das 58,81 milhões previstas anteriormente, destacando o impacto severo da estiagem e das chuvas mal distribuídas durante as fases críticas de desenvolvimento dos frutos.
O clima desempenhou um papel decisivo na redução das expectativas para a safra. Estados como Minas Gerais, que é o maior produtor de café arábica do Brasil, foram particularmente afetados. A produção no estado foi revisada para 28,06 milhões de sacas, uma queda de 3,3% em relação à safra anterior. As chuvas escassas e as altas temperaturas registradas a partir de abril impactaram negativamente o ciclo reprodutivo das lavouras.
O Espírito Santo, outro grande produtor, também sofreu impactos climáticos. Apesar de um aumento de 7,6% na produção de café arábica, que chegou a 4,03 milhões de sacas, a produção de conilon no estado apresentou uma redução de 1,9%, totalizando 9,97 milhões de sacas.
Projeções por tipo de café
A produção de arábica, que representa a maior parte da colheita de café no Brasil, está estimada em 39,59 milhões de sacas, um crescimento de 1,7% em relação à safra anterior, impulsionado pelo ciclo de bienalidade positiva em algumas regiões. No entanto, a produtividade nacional do arábica foi ligeiramente reduzida para 26 sacas por hectare, refletindo as dificuldades climáticas enfrentadas pelos produtores.
Por outro lado, o café conilon, que representa uma menor parte da produção total, teve uma queda significativa de 6% em relação à safra anterior, com uma estimativa de 15,2 milhões de sacas. A produtividade média do conilon caiu para 40,2 sacas por hectare, um reflexo direto da seca e das temperaturas elevadas.
Minas Gerais e outras regiões em destaque
Minas Gerais, o principal estado produtor de arábica no Brasil, continua sendo um termômetro para o desempenho da safra nacional. A redução de 3,3% na produção total do estado reflete os desafios enfrentados pelos cafeicultores devido às adversidades climáticas.
No entanto, em São Paulo, a previsão é de um aumento de 8,2% na produção de arábica, totalizando 5,44 milhões de sacas. Embora o clima também tenha afetado parte das lavouras paulistas, a bienalidade positiva favoreceu o crescimento da produção. O mesmo cenário se repete no Espírito Santo, onde o arábica viu um crescimento expressivo, mesmo com os desafios enfrentados.
Mercado global e perspectivas de preço
O impacto dessas condições climáticas no Brasil, somado a fenômenos em outras partes do mundo, como a queda na produção de robusta no Vietnã devido ao impacto do Tufão Yagi, tem pressionado os preços do café no mercado global.
Essa alta de preços pode ser benéfica para os produtores brasileiros, que enfrentam uma menor produtividade, mas podem se beneficiar das cotações elevadas. Ainda assim, o cenário é de cautela, uma vez que o clima segue sendo um fator determinante para o resultado final da safra 2024/25.
A safra de café 2024/25 no Brasil está sendo diretamente afetada pelas condições climáticas adversas, com uma revisão significativa nas projeções da CONAB. A estimativa de 54,79 milhões de sacas representa um desafio para os produtores, que continuam enfrentando um cenário de estiagem e calor extremo. As perspectivas de preço, no entanto, apontam para um mercado favorável, com altas cotações no mercado internacional.