Conheça a história da meteorologia e da Organização Meteorológica Mundial
Desde o séc. XIX, em que se padronizaram as observações marítimas e se elaboraram as primeiras previsões, que a evolução da meteorologia e da Organização Meteorológica Mundial não tem parado.
Para a elaboração das primeiras previsões marítimas e gerais era necessário que as observações que já se realizavam seguissem um padrão comum, a fim de poderem ser comparáveis e analisadas.
Século XIX
Para a transmissão de dados meteorológicos, foi utilizado pela primeira vez, em 1849, o telégrafo elétrico desenvolvido por Samuel Morse na década de 1830.
Em 1860 iniciou-se a emissão de avisos de tempestade para marinheiros ao largo das costas do Reino Unido e, um ano mais tarde, previsões meteorológicas gerais.
No entanto, era claro que o Código Morse não satisfazia as necessidades de um sistema uniforme de observações meteorológicas utilizando dados de áreas grandes. Deste modo, a fim de se encontrarem soluções, ocorreu, em 1873, em Viena, o primeiro Congresso Meteorológico Internacional.
Neste Congresso, a partir do qual foi criada a Organização Meteorológica Internacional (OMI), concluiu-se que era elementar ter uma rede mundial de observações meteorológicas, livre intercâmbio de observações entre nações e acordo internacional sobre métodos e unidades de observação padronizados.
Ainda no séc. XIX foram desenvolvidos esforços no sentido de se criar uma rede mundial de estações meteorológicas, incluindo as colocadas nas regiões polares, o que iria melhorar as previsões.
Século XX
A estrutura da OMI já não era suficiente e a 23 de março de 1950 entrou em vigor a Convenção Meteorológica Mundial, que instituiu a Organização Meteorológica Mundial (OMM). O século XX assistiu a grandes avanços meteorológicos e também a novas exigências de cooperação internacional. Isto foi demonstrado durante a Primeira e Segunda Guerras Mundiais.
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, a reconstrução das economias e o boom dos transportes marítimos e aéreos, desencadeou uma expansão das capacidades de observação e telecomunicações em terra, no mar e no ar.
O programa meteorológico passou a incluir medições da radiação solar e do ozono atmosférico, o que ajudou a compreender a camada da atmosfera protetora da Terra e a necessidade de a proteger dos químicos destrutivos.
No séc. XX o aparecimento dos satélites meteorológicos marcou o início de uma nova era de cobertura de dados observacionais em todo o globo. Em 1957, a União Soviética lançou os primeiros satélites de órbita terrestre, SPUTNIK-1 e SPUTNIK-2 e em 1958, o satélite EXPLORER-1 foi lançado pelos Estados Unidos.
Em 1963, a OMM lançou o Programa Mundial de Observação Meteorológica, fundamental para as ciências atmosféricas, serviços meteorológicos e cooperação internacional, permite troca de dados e informação meteorológica globalmente e em tempo real, de forma livre e sem restrições.
No séc. XX, os avanços tecnológicos que se verificaram em computação, telecomunicações e satélites, permitiu ir melhorando os modelos numéricos de previsão.
Século XXI
No séc. XXI, novas e notáveis tecnologias de observação e modelação continuam a desenvolver-se, o que tem permitido melhorar o desempenho dos modelos numéricos de previsão e consequentemente as previsões meteorológicas.
Atualmente elaboram-se também, com melhores resultados, previsões sazonais e a longo prazo, bem como cenários climáticos, a fim de satisfazer setores-chave, como a agricultura, saúde, água, transportes e energia.
Hoje em dia o Sistema Integrado de Observação Global da OMM é constituído por mais de 30 satélites meteorológicos e 200 de pesquisa, 10000 estações meteorológicas de superfície, 1000 estações de altitude, 7000 navios, mais de 1100 boias marítimas, centenas de radares meteorológicos e 3000 aviões comerciais especialmente equipados.