Conheça as Vilas Cariocas: refúgios para quem busca paz e sossego no coração do Rio de Janeiro

Que a cidade do Rio de Janeiro é agitada, já sabemos. Mas você conhece as vilas carioca que oferecem paz, tranquilidade e história longe do agito urbano? Descubra mais aqui.

Vila saavedra
A Vila saavedra, no Rio de Janeiro. Crédito: Caminhos da Arte no Rio de Janeiro/Flickr.

Em meio ao enorme agito da cidade do Rio de Janeiro, essas vilas são como uma espécie de refúgio, oferecendo tranquilidade e contato com a história carioca, mas longe do burburinho urbano.

Esses locais oferecem bem-estar em espaços preservados, uma conexão mais estreita entre os vizinhos e sem deixar a memória da cidade carioca de lado. Além disso, elas são mais acessíveis financeiramente do que outros bairros. Ou seja, elas se resumem em uma alternativa segura e acolhedora em meio ao crescimento da cidade.

As vilas cariocas que são um paraíso em meio ao caos urbano

Essas vilas estão escondidas por várias partes da cidade e conquistaram o coração de muitas pessoas que buscam por qualidade de vida sem ter que se distanciar do trabalho e que ainda tenha conveniências como metrô próximo e comércios.

Uma dessas vilas é a Saavedra, um oásis arquitetônico formado por 30 casas geminadas. Localizada em frente aos jardins do Palácio do Catete, tem como único acesso um lindo portão em ferro na Rua Silveira Martins. Os moradores precisam cruzar um extenso corredor com luminárias originais até entrar na área principal da vila.

Em 1980, a Vila Saavedra foi tombada, preservando as suas casas antigas da especulação imobiliária.

Outra delas é a Vila Tijuca, que como o próprio nome diz, fica na Tijuca, zona Norte do Rio de Janeiro. Restaurada em 2010 e tombada desde 2015, a vila tem casinhas coloridas e aconchegantes, além de um jardim amplo.

“ (...) aqui é a simulação de uma cidade do interior. (...) somos uma grande família, falamos com todo mundo, entregamos encomenda uns para os outros e por aí vai”, comenta Lissandra Vieira, uma moradora da vila.

Vila Tijuca
A Vila Tijuca, com espaço livre comum mobiliado, piso nivelado e restaurada em 2010. Crédito: Andre Nazareth/Divulgação.

Também a Vila Abrunhosa, que fica na Rua da Passagem, em Botafogo, na zona Sul carioca. A vila tem 50 casas geminadas de 70 metros quadrados, com dois pavimentos revestidos em pó de pedra, datados de 1932. Segundo os moradores, o lugar é bastante tranquilo, um ambiente familiar e onde as crianças podem correr à vontade.

Essa vila foi construída pelo português Manuel Abrunhosa, e já foi moradia do compositor brasileiro Ary Barroso. Há cerca de 30 anos, foi tombada pela prefeitura, tornando-se um patrimônio cultural do Rio de Janeiro, ou seja, não pode sofrer alterações de qualquer natureza.

Vila Abrunhosa
A Vila Abrunhosa, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Crédito: Facebook/Rio-Casas & Prédios Antigos.

A Vila do Castelinho, na Rua Araxá, no Grajaú, zona Norte carioca, é outra dessas vilas tranquilas. Foi construída em 1949, e sua entrada é ladeada por duas torres em estilo medieval. A arquitetura nesse estilo medieval remete às lonjuras do século 11. Apesar de as torres não fazerem parte da vila (elas são prédios e cada uma delas tem seis apartamentos), o nome se popularizou e se espalhou na região.

Outra vila que chama a atenção pelo aspecto bucólico e pela tranquilidade é o Bairro São Jorge, que fica na Rua do Catete, zona Sul carioca. Com um pórtico de azulejos brancos com desenhos azuis, a vila tem 48 residências em nove blocos escada acima. Foi construída pelo Comendador Alexandre Herculano Rodrigues no início do século 20.

Os moradores sempre comentam sobre a tranquilidade que se tem no Bairro. E o ar bucólico dá a impressão de que nem estamos na cidade agitada do Rio de Janeiro.

Bairro São Jorge
O Bairro São Jorge, na Rua do Catete, zona Sul carioca. Crédito: Diário do Rio.

Para o professor de História da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), essas vilas resgatam os costumes de décadas. “As vilas no Rio passaram a existir a partir de 1850 e eram fundamentais, pois reuniam famílias e comunidades. As primeiras pessoas que foram escravizadas e conquistaram sua liberdade viviam em vilas pobres, onde criaram um senso novo de família”, disse ele.

E além de proporcionarem qualidade de vida e um ambiente mais tranquilo, as vilas são um alívio para o bolso, já que o custo para viver nessas casas é menor, se comparado com o custo condominial.

Referências da notícia

Vilas cariocas: um paraíso em meio ao agito urbano. 01 de março, 2015. Rodrigo Bertolucci, Simone Candida e Ludmilla de Lima.

Conheça as vilas cariocas escondidas: um lugar de sossego em meio ao burburinho urbano do Rio. 08 de dezembro, 2024. Vittoria Alves.