Conheça o método Wolbachia e outras abordagens para deter o mosquito da Dengue

O Ministério da Saúde lançou um novo plano de ação que prevê o uso de novas tecnologia para o enfrentamento da Dengue e de outras arboviroses. Entre os métodos, consta o método Wolbachia e a Estações Disseminadoras de Larvicidas.

método Wolbachia
O método Wolbachia libera mosquitos Aedes aegypti incapazes de transmitir os vírus da dengue, Zika, chikungunya e febre amarela urbana.

Recentemente, o Ministério da Saúde lançou um novo plano de ação visando a redução dos impactos da Dengue e de outras arboviroses, como Zika, Chikungunya, Febre Amarela e Oropouche.

Entre as abordagens, estão as frentes de prevenção, vigilância, controle vetorial, organização da rede assistencial e manejo clínico, preparação e resposta às emergências e comunicação e participação comunitária.

Método Wolbachia

Com a expansão dos casos de Dengue no país, o Ministério da Saúde pretende investir aproximadamente R$ 1,5 bilhão em ações estratégicas no combate a arboviroses.

Entre elas, está a ampliação do método Wolbachia, com um repasse de "R$ 30 milhões para ampliar a tecnologia em seis municípios: Natal (RN), Uberlândia (MG), Presidente Prudente (SP), Londrina (PR), Foz do Iguaçu (PR) e Joinville (SC), além das cidades já incluídas na fase de pesquisa".

Como funciona

O método consiste na liberação de mosquitos Aedes aegypti contendo uma bactéria Wolbachia, presente em 60% dos insetos, mas que não ocorre de forma natural nos mosquitos Aedes aegypti.

A bactéria não é modificada, tampouco o mosquito, mas uma vez presente em seu organismo, ela é capaz de "impedir que os vírus da dengue, Zika, Chikungunya e febre amarela se desenvolvam dentro dele, contribuindo para redução das doenças".

A medida que mosquitos com Wolbachia são liberados no ambiente, eles se reproduzem com os Aedes aegypti da região, ampliando a distribuição de mosquitos portadores da bactéria.

Segurança e impactos

Experimentos com a Wolbachia indicam que ela não é capaz de ser transmitida para humanos ou outros mamíferos, e que, uma vez que esta bactéria é presente em outros insetos, não afetaria significativamente os sistemas ecológicos, segundo World Mosquito Program.

Ainda, segundo estudos de 2023, a introdução de mosquitos Wolbachia em populações locais de Aedes aegypti levou a "redução significativa e sustentada na incidência de dengue em três cidades colombianas".

Ainda, no Brasil, a liberação de mosquitos Wolbachia na cidade de Niterói (Rio de Janeiro) reduziram em "69,4% dos casos de dengue, 56,3% dos casos de chikungunya e 37% dos casos de Zika na cidade".

Estações Disseminadoras de Larvicida

Dentro do plano de ação contra Dengue e outros arbovírus, encontra-se a expansão de estações disseminadoras de larvicidas nas periferias brasileiras. A estratégia já agrega resultados positivos em "14 cidades brasileiras, de diferentes regiões, nas quais foi aplicada entre 2017 e 2020".

Como funciona

O método constitui em uma armadilha feita em "baldes plásticos, cobertos com pano preto impregnados de larvicida" com uma quantidade de água para atrair mosquitos Aedes aegypti fêmeas. Uma vez que esses mosquitos pousam no recipiente e colocam seus ovos, o larvicida atuará em reduzir o desenvolvimento de larvas de novos mosquitos.

A adoção dessa estratégia de controle de mosquitos Aedes aegypti e Ae. albopictus, transmissores dos vírus da dengue, zika e chikungunya iniciou em 2014, em Manaus e em Manacapuru (no Amazonas), cidades nas quais a alternativa apresentou resultados promissores no controle desses vetores - Fiocruz

O larvicida também expõe o mosquito, o qual fica impregnado com as substância e é capaz de levá-la para outros criadouros, ampliando seu alcance.

Para saber mais sobre o plano de ação contra Dengue e outras arboviroses, acesse a apresentação completa disponível neste link.