COP26: Tudo que você precisa saber até agora
A vigésima sexta Conferência do Clima das Nações Unidas está acontecendo em Glasgow, na Escócia, e contou com participação da jovem brasileira Txai Suruí e do ministro do Meio Ambiente Joaquim Leite.
De acordo com Henrietta Fore, diretora-executiva da UNICEF, a COP26 deve ser a COP das crianças. Trata-se da vigésima sexta Conferência do Clima das Nações Unidas, que está sendo realizada na cidade de Glasgow até dia 12 de Novembro.
A mensagem serve como um lembrete de que as mudanças climáticas já representam uma ameaça real para pelo menos 1 bilhão de crianças que vivem em áreas sensíveis ao redor do globo. Assim, a COP26 busca comprometimento dos líderes mundiais com estas crianças, tanto através da redução de emissões quanto do aumento dos serviços básicos dos quais elas dependem.
Um dos grandes destaques do evento foi a participação da jovem brasileira Txai Suruí, de 24 anos. Estudante de Direito, Txai fundou o Movimento da Juventude Indígena em Rondônia e contou sobre o assassinato do índio Ari, seu amigo de infância.
Ari foi encontrado morto em Rondônia após sofrer ameaças de morte devido a denúncias feitas contra grileiros que invadiram a terra indígena Uru-eu-wau-wau. O ocorrido mostra que o Brasil ainda tem muito a evoluir com relação a proteção de sua mata nativa e demarcação de terras indígenas.
O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, apresentou proposta de aumento na porcentagem de cortes que, na prática, mantém os objetivos de redução de emissões já apresentados em 2015. O ministro foi elogiado, e a porta-voz dos Estados Unidos, Kristina Rosales, levantou que é muito importante observar o objetivo proposto como um comprometimento sério e acompanhar como ele será colocado em prática.
O que a COP26 pede dos líderes mundiais?
As gerações atuais e futuras terão que navegar por um futuro incerto, no qual o atual modelo de crescimento que vincula o desenvolvimento econômico à exploração ambiental não é mais viável. Além disso, elas estão cada vez mais expostas à ondas de calor, ciclones, poluição do ar, inundações e falta de água, ameaças crescentes no mundo.
Uma das exigências é um forte investimento em serviços essenciais como água, saneamento, sistemas de higiene e serviços de saúde e educação para as crianças que nascerão nos próximos três anos, já que muitas delas já não tem acesso a serviços básicos.
A UNICEF pede aos países desenvolvidos que aumentem o compromisso assumido em 2009 de fornecer 100 bilhões de dólares anuais em financiamento climático para os países em desenvolvimento, já que esse montante tem se mostrado insuficiente para lidar com a magnitude dos impactos climáticos.
Além disso, o órgão exorta os países a reduzirem suas emissões em pelo menos 45% dos níveis emitidos em 2010 até 2030. A maior parte dos países ainda estão lamentavelmente longe de atingir esse objetivo. Se nada mudar, eventos extremos como ondas de calor, inundações e secas serão cada vez mais frequentes ao redor do globo.
Por fim, a UNICEF ressalta que crianças e jovens têm sido sub-representados nas tomadas de decisão e nos debates políticos, apesar de serem os principais afetados pelas decisões. Por isso, o órgão pede que todos os governos forneçam inclusão e educação climática para crianças e jovens, para que assim possam participar de forma significativa nas políticas e ações climáticas.