De mal a pior: explodir a Lua para resfriar o planeta seria viável?
O aquecimento global segue sendo uma das pautas mais discutidas na ciência, onde efeitos das altas temperaturas estão cada vez mais evidentes. No entanto, explodir a Lua para resfriar o planeta funcionaria?
Não é novidade alguma que cientistas buscam maneiras de amenizar e lutar contra o aquecimento global, afinal a cada ano que passa, os efeitos das altas temperaturas ficam mais evidentes. Em contrapartida, a chance de conseguirmos evitar eventos extremos catastróficos no futuro se tornam cada vez menor com o derretimento das geleiras ao redor do globo.
O futuro já não está tão distante assim, e na tentativa desesperada para evitar cenários catastróficos a longo prazo, cientistas buscam medidas em um prazo mais curto, para pelo menos ganharmos tempo para amadurecer como sociedade e trabalhar firme para desfazer os danos já causados pelo aumento das temperaturas do planeta.
Pois bem, não é que de fato vão explodir o corpo celeste como um todo, isso nem poderia ser uma questão, mas a sugestão mais recente a fim de obter uma avaliação científica sólida foi levantada pelo astrofísico computacional da Universidade de Utah, Ben Bromley, pelo cientista da computação Sameer Khan e pelo astrofísico do Smithsonian Astrophysical Observatory, Scott Kenyon, que seria explodir um fluxo constante de poeira que existe na superfície da Lua.
Seria uma boa ideia explodir algo na Lua?
Por mais que seja uma sugestão levantada por cientistas que buscam uma solução a curto prazo para ganharmos tempo contra às mudanças climáticas, não significa que a mesma foi categorizada como uma boa ideia, pelo menos ainda não. Porém, você sabia que mesmo parecendo estranho explodir algo na Lua para resfriar o planeta Terra, esse plano apresenta até menos riscos e custos com relação a outras muitas estratégias adotadas como opções de emergência?
Nossa atmosfera detém níveis históricos de dióxido de carbono remanescentes, e em teoria, a coisa mais óbvia de se fazer seria acabar com nosso péssimo hábito de usar combustíveis fósseis, mas apesar de ser uma briga constante, estamos longe disso.
Aliás, poderia ser até mais rápido e mais fácil projetos de engenharia em uma grande escala, mas que literalmente refletissem uma proporção da luz solar antes de atingir a Terra e ser convertida em uma forma que provavelmente permaneceria como calor.
O que deve ser levado em consideração é a enorme quantidade de energia e esforço necessários para conseguirmos lançar e conduzir uma frota considerável para um lugar chamado ''zona morta" entre a gravidade do Sol e nosso planeta, algo sem precedentes, ou seja, com alto risco de falhas.
Entenda a nova sugestão dos cientistas
Em um trabalho conjunto, Bromley, Khan e Kenyon fizeram cálculos sobre as características de uma nuvem de poeira de 10 bilhões de quilos como uma versão menos intrusiva do enxofre suspenso na atmosfera da Terra.
Eles explicam que o processo é vantajoso sobre projetos espaciais mais técnicos, pois conta com material que não requer fabricação significativa, não precisa ser lançado de nossa superfície e principalmente, não polui nosso planeta.
Ao avaliarem uma sombra projetada por diferentes tipos de material, assim como o impacto das forças gravitacionais, a pressão da radiação da luz solar e o impacto do vento solar, os três conseguiram calcular também as qualidades e quantidades de pequenos fragmentos rochosos que são necessários para filtrar pouco menos de 2% dos raios solares.
Inclusive, os pesquisadores conseguiram demonstrar que tal nuvem de poeira se dissiparia relativamente rápido, claro, dependendo do seu tamanho, mas a boa notícia é que se algo desse errado, bastaria apenas esperar alguns dias para que o nevoeiro se dissipasse de forma natural.
Conclusões
Segundo cálculos realizados pelos responsáveis pela ideia inovadora, algumas órbitas seriam capazes de permitir que grãos de poeira fossem extraídos e disparados da Lua para fornecer a sombra necessária por dias, ou seja, através dessa sombra é que o planeta Terra se resfriaria.
Existem relatos sobre sugestões iniciais de fazer essa sombra acontecer para resfriar temporariamente nosso planeta, mas utilizando asteroides, no entanto, com a sugestão atual não seria necessário sairmos à caça de fontes distantes de sujeira espacial, isso porque existe uma opção melhor bem no nosso quintal.
Neste caso, a melhor ideia seria esguichar, de forma cuidadosa e calculada, um fluxo de poeira lunar de uma futura estação no ponto certo entre o Sol e a Terra, o que inclusive, pode ser o meio mais econômico e sem riscos de manter a situação sob o mínimo controle até conseguirmos zerar as emissões de gases de efeito estufa que comprometem o aquecimento do planeta.
Vale lembrar que projetos assim ainda precisarão ser colocados sobre a mesa e pensados seriamente se seria viável, e isso vai depender muito do que vamos aprender nas próximas décadas, o que se sabe, entretanto, é que no final do século, o aumento do nível do mar, ondas de calor, colapso das correntes oceânicas e eventos climáticos extremos podem nos fazer implorar por um vulcão artificial de poeira lunar para salvar nossas peles.