Desastre climático no Rio Grande do Sul já é mais devastador do que o Furacão Katrina nos EUA
As consequências da tragédia climática que afeta o Rio Grande do Sul desde o final de abril já são mais devastadoras do que as do Furacão Katrina que atingiu os Estados Unidos em 2005.
As enchentes que vêm assolando o estado do Rio Grande do Sul desde o final de abril têm sido comparadas com o Furacão Katrina que atingiu a cidade de Nova Orleans (Louisiana), nos Estados Unidos, em agosto de 2005.
Naquela ocasião, a 19 anos atrás, o avanço da água, devido aos fortes ventos do Katrina, deixou vários mortos e desabrigados, obrigando as regiões afetadas a se reerguer do zero. Contudo, o rastro de destruição deixado pelas enchentes no estado gaúcho já é mais devastador do que os problemas deixados pelo Katrina. Veja os detalhes abaixo.
Um paralelo entre o Katrina e as chuvas no Sul do Brasil
A quantidade de pessoas afetadas pelas chuvas no estado gaúcho (mais de 2 milhões) é maior do que a quantidade daquelas afetadas pelo furacão Katrina.
Segundo o balanço da Defesa Civil do Rio Grande do Sul divulgado na manhã desta quarta-feira (15), já são mais de 614 mil desabrigados, enquanto o Katrina deixou cerca de 400 mil pessoas desabrigadas. A área alagada pelas chuvas também é maior no Rio Grande do Sul. A extensão total de vias alagadas em Nova Orleans foi de 2,4 mil quilômetros, enquanto que no Rio Grande do Sul já se contabiliza um total de 3,8 mil quilômetros de alagamento.
Outro dado relevante: após a passagem do furacão, foi necessário um investimento de 125 milhões de dólares e 10 anos para as regiões se reerguer. Até agora, o governo do Rio Grande do Sul estimou um valor de 50 bilhões de reais para a reconstrução das cidades atingidas.
Contudo, tem um fator que foi maior no evento americano: o número de mortos. O Katrina deixou mais de 1.800 mortos, enquanto no Rio Grande do Sul, até o momento, são 149 vítimas fatais.
É importante destacarmos também que esse desastre no Rio Grande do Sul parece ter proporções ainda maiores do que as observadas em Louisiana, um dos estados americanos mais afetados. Mais de uma dezena de municípios gaúchos praticamente não existem mais. Não se sabe ao certo quantas pessoas – ou cidades inteiras – precisarão ser realocadas.
O Furacão Katrina
O Katrina foi uma tempestade tropical que atingiu a categoria 3 na escala Saffir-Simpson em terra firme, e a categoria 5 (a mais alta nesta escala) sobre o oceano Atlântico. Os ventos alcançaram mais de 280 km/h, e causaram grandes prejuízos no litoral sul dos Estados Unidos.
Após se formar sobre o oceano, à sudeste das Bahamas, em 23 de agosto de 2005, o furacão ganhou força no Golfo do México, transformando-se em categoria 5. Na manhã de 29 de agosto, alcançou os estados de Louisiana, Mississippi e Alabama, no sul dos Estados Unidos.
Segundo o US News & World Report, este foi o terceiro furacão mais mortal e um dos mais avassaladores da história dos Estados Unidos, e destruiu a região metropolitana de Nova Orleans (Louisiana), que foi a cidade mais atingida. As atividades de extração de petróleo e gás natural foram prejudicadas, já que grande parte do petróleo americano é extraído do Golfo do México. Isso provocou a alta nos preços naquela ocasião.
Em Nova Orleans, o sistema de diques que retinha as águas dos Lagos Pontchartrain e Borgne foi completamente destruído pelas chuvas, deixando parte da cidade submersa. No final das contas, o furacão deixou mais de 1.800 mortos, a maior parte deles no estado da Louisiana (1.577).