É melhor contar passos ou minutos quando nos exercitamos? Harvard tem a resposta
Contando passos ou minutos? Dependendo de quem irá recomendar, a indicação será uma coisa ou outra. Agora, dois estudos revelaram o que é mais eficaz na melhoria da saúde.
Não é surpresa para ninguém se insistirmos na importância do exercício para a saúde. A atividade física é um dos hábitos de saúde que mais tendemos a negligenciar, sendo fundamental para as nossas vidas.
O que os estudos revelam
Um estudo publicado na revista JAMA Cardiology focou em mulheres idosas e avaliou o impacto da atividade física medida em passos e minutos na redução do risco de insuficiência cardíaca. Isso sugere que medir os treinos em etapas e minutos é eficaz para melhorar a saúde.
O estudo incluiu quase 6.000 mulheres com idades entre 63 e 99 anos, que usaram acelerômetros para registrar sua atividade física. Os resultados mostraram que, tanto alcançar um certo número de passos diários como cumprir um número de minutos de atividade moderada a vigorosa semanalmente estão associados a uma diminuição significativa no risco de insuficiência cardíaca.
Especificamente, caminhar pelo menos 4.500 passos por dia ou praticar 150 a 300 minutos de atividade física moderada a vigorosa por semana proporciona benefícios substanciais para a saúde do coração.
Além disso, outra coisa é importante: não existe uma forma única e correta de medir a atividade física. A chave é encontrar um método que seja sustentável e motivador para cada indivíduo. Isto pode ser particularmente útil para pessoas que têm dificuldade em seguir programas de exercícios baseados em tempo ou para aqueles que preferem a simplicidade de contar passos.
A importância de criar hábitos de exercício
Mas este não é o único estudo que se interessou pelo tema. A Universidade de Harvard revelou que um estudo conduzido pelo Brigham and Women's Hospital, o hospital universitário da escola de medicina de Harvard, analisou dados de mais de 14.000 mulheres idosas, utilizando dispositivos vestíveis para registrar a sua atividade física e o seu impacto na saúde a longo prazo.
Os resultados indicam que tanto os passos como os minutos de atividade moderada a vigorosa estão associados a uma redução significativa no risco de doenças cardiovasculares e mortalidade. As mulheres mais ativas reduziram o risco em 30 a 40% em comparação com as menos ativas.
A pesquisa destaca que ambas as métodos (passos e tempo) são valiosos e oferecem diferentes vantagens. Os passos são fáceis de medir e de capturar movimentos esporádicos, enquanto o tempo pode ser mais adequado para atividades que não são facilmente quantificáveis em passos. Neste caso, a pesquisadora e autora principal Rikuta Hamaya prefere incluir metas baseadas em passos, dado o uso crescente de dispositivos vestíveis.
O estudo também reconhece limitações, como a falta de diversidade na amostra e a natureza observacional, sugerindo que são necessários ensaios clínicos randomizados para confirmar os resultados.
Em geral, o artigo defende a flexibilidade nas recomendações de atividade física para acomodar diferentes preferências e estilos de vida, destacando que quase todas as formas de movimento são benéficas para a saúde.
Com ambos os artigos podemos deixar claro que tanto contar passos como medir minutos de exercício são estratégias válidas para melhorar a saúde cardiovascular. Isso oferece flexibilidade e opções para que as pessoas escolham a forma que melhor se adapta ao seu estilo de vida e preferências pessoais, criando hábitos de exercício. Resumindo: faça o que puder, mas faça.
Referência da notícia:
La Monte, M. J. et al. Accelerometer-Measured Physical Activity, Sedentary Time, and Heart Failure Risk in Women Aged 63 to 99 Years. JAMA Cardiology, v. 9, 2024.