E se os médicos prescrevessem mais arte? A OMS analisa os benefícios da arte na saúde e bem-estar
A Organização Mundial da Saúde apela aos governos para adicionar Arte, como parte das recomendações médicas e alcançar melhorias na saúde mental e física.
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), são necessários diferentes tipos de expressão artística que ajudem a compreender, comunicar conceitos e emoções, estimulando todos os sentidos e até a capacidade de empatia, que significa um benefício para a saúde mental e, por conseguinte, saúde física.
De acordo com um relatório elaborado pela própria OMS, os resultados foram analisados onde se testou como as artes desempenham um papel importante na prevenção de problemas de saúde, na promoção da saúde e no tratamento de doenças na vida das pessoas.
Atividades como fazer e ouvir música, dançar, artes plásticas e visitar locais culturais ajudam a controlar e prevenir o estresse, além de ajudar a reduzir os níveis de ansiedade.
Esses estudos também revelaram que as artes também podem ajudar a reduzir o risco de desenvolver transtornos mentais, como alguns tipos de demência e depressão na velhice.
Nos últimos anos, diversas pesquisas têm tomado como objeto de estudo o valor potencial da arte no processo terapêutico e curativo da doença. Por exemplo, algumas descobriram grandes benefícios que a leitura pode trazer à nossa saúde, enquanto outras exploraram seus efeitos terapêuticos.
Saúde e arte
O impacto na saúde devido às artes é igualmente benéfico em crianças, adolescentes, adultos e idosos, mesmo com doenças estabelecidas, por exemplo, psiquiátricas ou demência.
Algumas das categorias que analisaram no relatório da OMS é a participação de pessoas em várias áreas como música, dança, teatro, canto ou cinema; artes visuais, design e artesanato, como desenho, pintura, fotografia ou escultura, escrita, leitura ou participação em encontros literários e arte online, em formatos digitais e eletrônicos, como animações, produção de filmes e designs de computador.
Uma amostra do que a arte faz pelas pessoas com doenças crônicas, por exemplo, o que acontece na Associação Una Sonrisa al Dolor, onde pacientes com doenças reumáticas e autoimunes como Lúpus ou Fibromialgia vivem com dor todo o tempo, em momentos de crises muito fortes.
Os resultados do estudo mostram que a arte pode potencialmente impactar a saúde física e mental das pessoas. Já em relação à prevenção e promoção, os resultados mostram como a arte pode afetar os determinantes sociais da saúde, apoiar o desenvolvimento infantil, incentivar comportamentos que promovam a saúde, ajudar a prevenir e evitar maus hábitos, apoiar o cuidado e o autocuidado.
No âmbito da gestão e tratamento da doença, a arte pode ajudar pessoas que, por exemplo, convivem com doenças mentais, apoiar o cuidado de pessoas com condições agudas, ajudar pessoas com doenças neurológicas e no tratamento de doenças não transmissíveis e contribuir para o cuidado no final da vida.
Sem contar que na medicina de reabilitação, por exemplo, as artes são um recurso muito útil já que, por exemplo, na reabilitação neurológica, a música é utilizada para estimular o cérebro, as respostas reativas que se buscam, por exemplo, em pessoas com demência, Alzheimer ou Parkinson.
Até foi testado com uma dançarina famosa: colocaram uma música que ela ouvia muitas vezes na sua juventude; ela tem Alzheimer em um estágio muito avançado, e está de cadeira de rodas. Quando ouviu a música, ela começou a dançar com os braços; seu corpo tinha uma lembrança de algo que ela tanto amava.