Em comemoração ao Dia da Terra, veja 5 maneiras de soluções climáticas

Neste sábado, 22 de abril, é comemorado o Dia da Terra, dia em que o ativismo ambiental ganha ainda mais voz em busca de soluções climáticas. O IPCC lançou 5 maneiras de ampliar essas soluções pra combate a crise no planeta.

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Dia da Terra é comemorado em 22 de abril e IPCC lança guia prático para mitigar as mudanças climáticas.

Você sabia que o Dia da Terra é comemorado neste sábado, 22 de abril? Pois é, um dia marcado globalmente em prol do ativismo ambiental que busca incansavelmente proteger nosso planeta contra a crise climática.

A data em 2023 chegou junto com o último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, o IPCC, que reforça a necessidade de mudarmos o que estamos fazendo, pois estamos muito longe do caminho considerado correto para corrigir os impactos negativos do aquecimento global que nós mesmos estamos provocando. O IPCC trouxe 5 maneiras para solucionarmos, ou pelo menos, tentarmos de alguma forma, reduzir os impactos climáticos que estão por vir.

Já existe sim uma mudança de comportamento e pensamento, mas apesar de todos os esforços que já são feitos para mitigar os impactos, a temperatura globa continua subindo e existe uma grande probabilidade que a temperatura do globo chegue a 1,5°C entre 2030 e 2035, segundo relatos do IPCC. Não é de hoje que limiares são impostos sobre as emissões de gases de efeito estufa e CO2, como por exemplo, uma taxa de pelo menos 43% de redução até 2030 e de pelo menos 60% até 2035, isso em relação aos números de 2019.

Guia prático para desarmar a bomba-relógio climática

Ainda existe uma parcela de pessoas preocupadas em tentar salvar o planeta de todos, e pensando nisso, o secretário-geral da ONU, António Guterres, descreveu o último relatório do IPCC como “um apelo para acelerar massivamente os esforços climáticos”, mas também como “um guia prático para desarmar a bomba-relógio climática”. Esse guia traz 5 soluções climáticas que precisamos ampliar agora se quisermos chegar a 2030 sem o aquecimento previsto.

Com essas cinco "lições de casa", o IPCC acredita que é possível fazer uma grande diferença dentro do prazo estipulado, são elas: investimento em tecnologia de energia renovável, proteção de florestas e outros ecossistemas, limitar emissões em sistemas alimentares, expandir o sequestro de carbono agrícola e mudar o comportamento humano sobre a emissão de CO2. Para melhor entendimento, vamos falar cada tópico desse guia prático separadamente.

Regra 1: Investir em tecnologia de energia renovável

Há anos já se fala sobre o uso de energia renovável e que é essencial uma queda significativa no uso de combustíveis fósseis para que uma redução seja alcançada de emissão do CO2 e outros gases de efeito estufa. Neste último relatório, o IPCC traz mais uma vez a necessidade de diversificar os sistemas e investir na expansão do uso de tecnologia de energia renovável.

Inclusive, a energia eólica e a energia solar se destacam como as soluções mais econômicas e impactantes para corrigir as mudanças climáticas. Mas pensando justamente nisso, é necessário também investimento em tecnologia de captura e armazenamento de carbono (CCS) para conter as emissões de CO2 de quaisquer aplicações remanescentes de combustíveis fósseis.

Regra 2: Proteger florestas e outros ecossistemas

Existem alguns sumidouros de carbono e a natureza fornece os melhores sem cobrar nada, sem pedir nada em troca que não seja protegê-la. O que precisamos fazer é evitar a perda de florestas e outros ecossistemas naturais para diminuir o aquecimento global. Não é pedir muito, basta começar pelo manejo florestal sustentável a fim de conservar as florestas existentes.

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A importância da mudança de comportamento humano na luta contra o aquecimento global.

Não estamos falando apenas de não arrancar árvores de forma desordenada como fazemos, mas também é preciso restaurar bosques que já foram destruídos, realizar o reflorestamento, e claro, reduzir o desmatamento nos trópicos sempre será considerado como o maior potencial de mitigação das mudanças climáticas. Porém, não adianta proteger as florestas tropicais, se outras áreas, como ecossistemas polares, montanhosos e costeiros, não forem igualmente protegidas.

Regra 3: Limitação de emissões em sistemas alimentares

O nosso sistema alimentar também precisa ser revisado com cautela, pois nossa produção de alimentos está diretamente interligada com os ecossistemas do planeta. Sim, é extremamente produzir alimentos, é preciso que o agro funcione e trabalhe, porém segundo as estatísticas do Our World in Data, cerca de metade da terra usada para a agricultura e a produção de alimentos causa mais de um quarto das emissões de CO2, isso sem mencionar outros gases de efeito estufa, como metano e óxido nitroso.

O IPCC descreveu como produtores rurais podem e precisam contribuir para a redução desses efeitos negativos, começando por uma melhor gestão das terras de cultivo, melhor gestão da água e sistemas pecuários mais eficientes. Vale ressaltar que a pecuária representa quase 4% dos mamíferos globais – excluindo os humanos, o que cria um forte viés em termos de biodiversidade.

Regra 4: Expansão do sequestro de carbono agrícola

Ainda falando sobre os trabalhos na agricultura que move e alimenta o mundo inteiro, outras medidas também precisam ser consideradas, como o sequestro de emissões agrícolas que precisa ser ampliado. Mas o que seria esse sequestro de carbono?

Lembra que falamos sobre a natureza fornecer os melhores sumidouros de carbono? O solo desempenha aqui um papel fundamental nesse quesito uma vez que à medida que as culturas realizam fotossíntese acabam retirando CO2 do ar, criam oxigênio e armazenam o carbono no solo.

Certo, mas como o solo ajuda no processo? Aí que entra a importância de arar ou lavrar o solo, o que pode libertar este CO2 de volta para a atmosfera. Ou seja, métodos agrícolas “climaticamente inteligentes” que não perturbam o solo como a rotação de culturas e a melhoria da cobertura do solo são formas de sequestrar CO2 e contê-lo no subsolo.

Regra 5: Mudar o comportamento humano para reduzir o CO2

O IPCC ressaltou em seu relatório que além das quatro regras citadas acima em prol de salvar o planeta, uma muito importante também precisa ser levada em consideração, o próprio comportamento humano, a forma como nós vivemos e usufruímos das riquezas naturais. Por ora, seria indispensável juntar essas e outras medidas guiadas pelo IPCC para que a humanidade faça a sua parte para as reduções significativas de emissões necessárias a fim de manter as mudanças climáticas sob controle.

Uma coisa é fato, não podemos frear ou reverter os efeitos da crise climática sem mudarmos nosso comportamento como humanidade em desenvolvimento, em crescimento, em evolução, principalmente no que diz respeito à redução da demanda de recursos naturais. Isso varia desde a melhoria da eficiência energética de residências e empresas até a adoção de dietas mais sustentáveis e a redução do desperdício e perda de alimentos.