Emissões de carbono nas Américas atingem recorde com incêndios florestais

No Brasil, o Pantanal e partes da Amazônia estão entre as áreas mais afetadas.

Combate a incêndio florestal no Brasil
Nas Américas, temporadas de secas intensas marcaram 2024. Crédito: Mayangdi Inzaulgarat/Ibama

O observatório Copernicus, programa de Observação da Terra da União Europeia, emitiu um informe na última quinta-feira (05) sobre a emissão de gases de efeito estufa no planeta em 2024. A América do Norte e a América do Sul lideram as emissões de carbono associadas a incêndios florestais.

No continente americano, Bolívia, Nicarágua e Pantanal, no Brasil, registraram índices recorde de carbono emitido por queimadas.

Mark Parrington, cientista do Serviço de Monitoramento da Atmosfera do Copernicus (CAMS), ressaltou que "a magnitude de alguns incêndios ocorridos em níveis históricos, particularmente na Bolívia, no Pantanal e em algumas partes da Amazônia enquanto os incêndios florestais no Canadá foram novamente extremos , não chegou ao tamanho de 2023".

Secas severas nas Américas estão relacionadas ao aumento de incêndios florestais

De acordo com informações do observatório, as Américas viveram temporadas de secas intensas em 2024, que criaram condições para o aumento de incêndios florestais.

Em particular, a Nicarágua alcançou os maiores patamares de emissões de carbono no registro histórico do CAMS, cujo serviço de monitoramento via satélites foi iniciado em 2003. No Brasil, o estado do Mato Grosso do Sul foi um destaque negativo do relatório.

Em 2024, uma porção significativa do Pantanal foi destruída por queimadas, especialmente no período de estiagem. De acordo com o MapBiomas, entre janeiro e agosto, a área queimada no bioma aumentou 249% em comparação aos cinco anos anteriores, o que equivale a um território de 1,22 milhão de hectares.

Incêndios na Amazônia produziram mais de 170 mega toneladas de CO2

A Amazônia também foi citada no informe do Copernicus. O observatório calcula que os incêndios florestais liberaram 176,6 megatoneladas de CO2 em 2024 na parte brasileira do bioma .

Segundo Mark Parrington, “estes incêndios tiveram repercussões a nível continental na qualidade do ar, com altas concentrações de partículas e outros contaminantes que persistiram durante várias semanas”.

Em outras partes do globo, o Sudeste Asiático segue a tendência de queda, apresentada nas últimas duas décadas, com exceção do Laos e Birmânia. Na Europa, a estação seca esteve dentro dos índices esperados, com notáveis exceções na Macedônia do Norte, Grécia, Bálcãs e Portugal.

Referências de notícias

UOL Ecoa. Incêndios florestais batem recorde de emissões de carbono nas Américas . 2024

Copérnico. Serviço de Monitoramento da Atmosfera do Copernicus (CAMS) . 2024