Encomendas da Amazon serão cada vez mais sustentáveis
A internet e as aplicações digitais vieram agilizar o comércio, aumentando o impacto ambiental desta atividade. Essa situação pode (e deve) estar mudando!
Até agora, muitas das encomendas das mais variadas plataformas, das quais podemos destacar a Amazon, chegavam a casa dos consumidores com almofadas de ar, compostas por filme plástico, que serviam para manter os produtos intactos durante o transporte. Contudo, este tipo de produto vai muitas vezes parar a aterros sanitários ou mesmo aos oceanos, onde são a forma mais comum de lixo plástico.
A partir de agora, a Amazon vai substituir estas almofadas de plástico por enchimento de papel reciclado. Com esta medida, o gigante do retalho estima que elimine a utilização de mais de 15 mil milhões de almofadas de plástico por ano, só na América do Norte. Esse esforço ambiental surge devido à pressão dos ambientalistas que vêm alertando nos últimos anos para o impacte crescente do comércio online na utilização de recursos.
Boas práticas e impactos no ambiente
Segundo dados da comunidade científica, o filme plástico é a forma de lixo plástico mais comum nos oceanos e no fundo marinho, na chamada plataforma continental (até 200 metros de profundidade), onde se encontram a maior parte das espécies de peixe consumidas pelos seres humanos. Para além disso, o filme plástico pode ser mortal para a vida selvagem, nomeadamente para as tartarugas e aves marinhas.
Outra particularidade do filme plástico prende-se com o facto de ser difícil de reciclar. Segundo dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, apenas 9% de todos os plásticos já fabricados pelo ser humano foram reciclados. A substituição do plástico por papel reciclado, apesar de não ser consensual em termos ambientais e até para os consumidores, pode ter um impacte positivo no ambiente.
Provas da luta contra os plásticos
A Amazon anunciou esta semana que deixará de utilizar as almofadas de plástico, passando a utilizar papel reciclado e biodegradável no acondicionamento das suas encomendas, até ao final deste ano civil. Este anúncio dirigiu-se especificamente ao mercado norte americano (Canadá, Estados Unidos e México) que representa cerca de 70% das vendas da empresa.
Infelizmente, noutros mercados representativos, como a Europa, a Austrália, o Sudeste Asiático e a Índia, a eliminação das almofadas de plástico e de todas as embalagens de plástico descartável está a acontecer num ritmo bem mais lento. Mesmo assim, a empresa revelou dados que apontavam para uma redução de 12% na utilização de embalagens plásticas em 2022, se comparado com o ano anterior.
Essa luta travada pela empresa enquadra-se numa luta desenvolvida por grupos ambientalistas e consumidores que têm pressionado para que se apliquem leis que visam reduzir a utilização de embalagens plásticas em 50% ao longo dos próximos 12 anos. Isto obriga as grandes empresas de retalho a procurarem alternativas, como o papel reciclado e biodegradável.
O aumento da utilização deste tipo de papel terá um impacte muito menos significativo no ambiente, já que mesmo que o papel reciclado não seja biodegradável, será muito mais fácil de ser reciclado ao invés do plástico que ao ser incinerado liberta partículas tóxicas para a atmosfera.