Encontrado CO2 e metano em um exoplaneta! Essas moléculas poderiam indicar sinais de vida?

Um exoplaneta observado pelo James Webb Space Telescope mostrou ter CO2 e metanao em sua atmosfera. Essa descoberta deixou todos cientistas empolgados porque são dois elementos essenciais para a vida. Mas antes de comemorarmos, é preciso considerar alguns pontos.

Exoplaneta K2-18b orbita uma anã vermelha em sua zona habitável e possui moléculas essenciais a vida em sua atmosfera.
Exoplaneta K2-18b orbita uma anã vermelha em sua zona habitável e possui moléculas essenciais a vida em sua atmosfera. Crédito: Credit: NASA / CSA / ESA

Uma das grandes perguntas que a humanidade tenta responder é: será que estamos sozinhos no Universo? Essa pergunta já vem de séculos e está em diversas mídias. Uma delas sendo o livro Guerra dos Mundos de H.G. Wells no final do século XIX.

Mais de 100 anos depois de Guerra dos Mundos, a tecnologia avançou consideravelmente ao ponto de chegarmos no telescópio James Webb Space Telescope. O telescópio que tem uma sensibilidade para observar detalhes dos cosmos.

Uma das missões do James Webb Space Telescope é procurar por exoplanetas semelhantes ao planeta Terra. Essa semana, pesquisadores americanos e ingleses publicaram um artigo onde apresenta o exoplaneta K2-18b que possui sinais de CO2 e metano em sua atmosfera.

As missões do JWST

O telescópio JWST foi lançado em dezembro de 2021 e as primeiras fotos saíram em julho de 2022. A tecnologia do telescópio permite que ele observe em infravermelho e seus espelhos hexagonais, que juntos possuem cerca de 6 metros, permitem uma área maior para capturar a luz.

As principais missões do JWST é a observação do Universo jovem, a evolução de galáxias, o ciclo de vida das estrelas e a investigação de exoplanetas.

A busca por exoplanetas tem como argumento justamente entender a atmosfera desses exoplanetas e a possibilidade de encontrar componentes essenciais à vida. Além disso, uma das ideias é a busca por uma Terra 2.0.

Atmosfera de exoplanetas e a vida

O JWST tem uma tecnologia que é capaz de detectar os elementos da atmosfera de exoplanetas através da luz. Isso porque quando um exoplaneta passa em frente de sua estrela é possível observá-lo e capturar detalhes de sua atmosfera.

Observar atmosfera de exoplanetas é interessante porque a vida deixa marcas químicas na atmosfera da Terra. Alguns elementos e moléculas são geralmente encontrados na atmosfera através de vida. Um exemplo é o CO2 e o gás metano que foi encontrado no exoplaneta K2-18b.

Como saber qual elemento está sendo observado?

Existe uma técnica chamada espectroscopia que consiste em analisar o espectro eletromagnético. Cada elemento possui uma marca em um dado comprimento de onda. Isso porque os elementos absorvem e emitem fótons de diferentes comprimentos de onda.

Espectro do exoplaneta que o JWST encontrou
Espectro do exoplaneta K2-18b que o JWST conseguiu observar. Crédito: NASA / CSA / ESA

Cada elemento pode absorver ou emitir um fóton de diferente comprimento de onda. É possível, através de análise desses fótons, saber qual elemento foi responsável por aquela absorção ou emissão.

Exoplaneta K2-18b

O exoplaneta encontrado pelo JWST está localizado a uma distância de 124 anos-luz da Terra e ele é um planeta semelhante à Netuno, apenas um pouco menor. Ele foi observado pela primeira vez em 2015.

A estrela, na qual K2-18b orbita, é uma anã vermelha, ou seja, uma estrela mais fria do que o nosso Sol. Porém, K2-18b orbita de forma bem próxima e está na zona habitável onde é possível ocorrer água em forma líquida.

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CO2, metano e um pouco de sulfeto de dimetila que são encontrados na Terra. Sulfeto de dimetila é relacionado à vida, visto que únicos processos conhecidos para produzi-lo é através de vida.

Encontramos vida?

Ainda é muito cedo para afirmar que há vida em K2-18b. É possível que processos químicos e geológicos que não conhecemos estejam produzindo essas moléculas.

É necessário investigar mais a fundo a atmosfera do planeta e melhorar as observações feitas com o JWST. O plano é usar as novas ferramentas do VLT no Chile.